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Parcerias necessárias

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Na edição dessa quinta-feira, a Tribuna retornou à história do fechamento do atendimento de urgência do Hospital João Penido, de responsabilidade do Estado. São nove anos de luta para retorno do serviço sem qualquer êxito, a despeito da demanda. A mudança de administração, há quatro anos, reabriu esperanças, mas o governo do Novo, que vê na parceria com o setor privado uma alternativa, propôs a escolha de uma Organização Social para atuar na administração do hospital. O processo não avançou ante a resistência dos próprios servidores, que viam – e continuam vendo – na iniciativa a gênesis de um processo de privatização.

O governo tem uma leitura distinta, considerando o papel das OSs uma saída para melhorar a eficiência do hospital sem interferir nas ações clínicas. Até agora não houve a aprovação de qualquer proposta, e os nove anos sem a urgência tendem a ser aumentados em detrimento dos interesses da própria comunidade que, ao fim e ao cabo, continua sendo a principal vítima desse impasse.

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Desde o início de sua gestão, o governador Romeu Zema vem insistindo em parcerias com o setor privado por entender, ideologicamente, que o Governo não tem meios para tocar determinados serviços. No caso da saúde, mesmo sob o manto do Estado, aposta na administração privada, para garantir a eficiência do setor. No processo de conclusão dos hospitais regionais há discussões profundas em torno de parcerias ante o custeio de tais próprios, quase sempre altos.

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Há quem defenda uma discussão aguda sobre os hospitais públicos por conta do custeio. Recentemente, a Assembleia discutiu a necessidade de mudar o foco, isto é, dando espaço para o setor privado. O próprio governador, ao anunciar a retomada das obras dos hospitais regionais, defendeu parceria com o setor privado por entender que não dá para o Governo pagar integralmente o custo de tais unidades, cujas obras estão paralisadas há mais de uma década.

O deputado juiz-forano Noraldino Júnior é um defensor de uma discussão mais acentuada envolvendo o setor privado. Ele considera que Juiz de Fora está bem servida de atendimento, não carecendo de mais unidades. Cita o caso de obras paradas do Regional, do Hospital Universitário e de um hospital privado no prolongamento sul da Avenida Rio Branco. No seu entendimento, se o Estado ampliar suas parcerias com a rede já instalada no município será possível acolher toda a demanda da região.

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O hospital João Penido, de qualidade reconhecida, precisa resolver o impasse da urgência, a fim de reduzir os gargalos no atendimento, especialmente da Região Nordeste da cidade. Para tanto, porém, é necessário que todos sentem-se à mesma mesa com a disposição de superar as divergências.
Quanto ao Regional, restam pendências que o governador anunciou estarem em fase final de estudos. No início da semana, ele sofreu críticas na Assembleia por conta das unidades que, a despeito da ordem de serviço, ainda não tiveram suas obras retomadas. Juiz de Fora não está sequer nessa situação, o que deve exigir das instâncias públicas a celeridade necessária para dar fim a esta velha novela que já se aproxima de uma década e meia.

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