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Muito além das ciclorrotas

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É louvável que o projeto das ciclorrotas continue a se expandir em Juiz de Fora. Iniciada pela Settra em 2016, tendo a Avenida Rio Branco como primeiro corredor de implantação, agora a iniciativa chega à Rua Santo Antônio, também no Centro da cidade. Hoje o município tem rotas sinalizadas não só nesta região, mas em outros pontos, como Cidade Alta e Bairro Vitorino Braga.

A ideia é instruir a convivência entre pedestres, ciclistas e motoristas. No entanto, desde que o programa foi colocado em prática, há três anos, ainda há carência de campanhas. Apesar de existir um site da Prefeitura com algumas orientações de uso das ciclorrotas, a medida ainda é tímida para se mudar o comportamento dos juiz-foranos. O resultado é que, em vez de a boa iniciativa conscientizar, sobram dúvidas nas ruas. Entre os problemas está o de não saber qual a diferença entre ciclorrotas, ciclofaixas e ciclovias. A ciclorrota é um espaço compartilhado, portanto não é exclusivo para as bicicletas, mas deveria estimular o uso seguro por parte de todos, o que exige, por exemplo, a diminuição da velocidade por parte dos automóveis.

É importante ressaltar que a ciclorrota se tornou realidade a partir da insistência dos cicloativistas, que, por muito tempo, reivindicaram o uso de suas bikes de maneira mais segura no trânsito, pedindo o seu espaço. Talvez seja necessária agora nova mobilização por parte deste público na tentativa de pressionar para que passos mais ousados sejam dados, visto que novos modais no trânsito, além dos carros, são necessários para que a mobilidade se torne viável e haja mais qualidade de vida na cidade.

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Obviamente que o respeito ao ciclista e ao pedestre é uma questão cultural e que já há motoristas de automóveis nas ruas trocando de faixas para dar prioridade à bicicleta, mas é preciso que, para esta mudança ampla e verdadeira, haja forte conscientização e engajamento por parte do Poder Público e de setores da sociedade. Do contrário, em vez de a bicicleta ser vista como uma alternativa, vai continuar sendo vista, no inconsciente coletivo, principalmente dos motoristas apressados, como um entrave e um empecilho no dia a dia corrido.

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