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Lógica do funil

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A falta de professores já no primeiro dia de aula, como aconteceu ontem na Escola Normal, é um claro retrato da educação no país. A despeito de todos os discursos de que só ela resolve os problemas do país, a educação ainda não é tratada como prioridade pelos governos, e, quando isso ocorre, é de forma parcial: ora privilegiando o ensino básico, ora o universitário, como foi registrado nos últimos anos, quando o acesso ao terceiro grau deixou de ser um privilégio do andar de cima. Mas essa opção não resolveu a questão, uma vez que muitos universitários ingressavam nas faculdades sem a necessária base para levar o curso adiante. E o resultado foi o funil, no qual a maioria que ingressava não concluía o curso.

O ensino básico carece de mais investimentos, embora se fale nas instâncias oficiais sobre a adoção do turno integral, no qual o aluno passa todo o dia na escola. É, de fato, a melhor opção, mas sua implementação ainda não saiu objetivamente do papel, se explicitando apenas em casos isolados. Países que fizeram essa opção mudaram seus conceitos e hoje são grandes potências, como a Coreia do Sul. Há 30 anos, ela mudou e hoje colhe os frutos desses investimentos. Mesmo que leve três ou mais décadas, o Brasil tem que consolidar esse caminho, a fim de conter os riscos de um futuro incerto.

Hoje, por falta de educação, vários vícios sociais estão constantemente na agenda, a começar pela má formação das famílias. Por desconhecimento, são forjadas em situações críticas, cujo reflexo é verbalizado na falta de estrutura nos lares, resultando no seu acolhimento, especialmente, pelo tráfico. Mas a educação também mudaria o patamar das escolas superiores, invertendo essa lógica do funil, mandando para o mercado profissionais aptos para o exercício da função.

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Por isso, quando ocorrem situações como a de ontem na Escola Normal, é fundamental cobrar do Estado, que prometeu mudanças, mas que, na prática, ainda não puderam ser constatadas pelos usuários do sistema.

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