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Cidades planejadas

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A maioria das metrópoles brasileiras cresceu de forma desordenada, sem projetos que permitissem mudanças no futuro. No caso de Minas, Belo Horizonte está no campo das exceções. A capital foi planejada, e sua área central tem um viés totalmente diferente da sua própria periferia, na qual o crescimento não seguiu a mesma tendência. O mesmo cenário é observado nas metrópoles cujo avanço do seu entorno se dá de forma desordenada, fruto do ciclo migratório que se acentuou nas últimas décadas.

Por isso, é positivo o edital de concorrência apresentado pela Municipalidade cujo objetivo é a contratação de empresa responsável pela elaboração dos Planos Regionais de Estruturação Urbana (PEUs) e pela minuta da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo. Na própria nota, a PJF destaca que esses planos “irão efetivar as diretrizes do Plano Diretor Participativo de Juiz de Fora, em vigor desde 2019, que constitui a base para a política de desenvolvimento e ordenamento da expansão urbana municipal”.

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O planejamento é a melhor estratégia para evitar dores de cabeça nos processos de crescimento urbano. Na gestão Mello Reis, o arquiteto José Roberto dos Reis Saleh foi incumbido de criar o Instituto de Pesquisa e Planejamento (Ipplan), responsável pela implementação de projetos de desenvolvimento urbano, a começar pela Cidade Alta, que passava por um período de ocupação sem controle. Foi criado um projeto especial para aquela região, hoje com baixa favelização.

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Até mesmo a reformatação da Avenida Rio Branco passou pelo instituto. A criação do corredor de ônibus não foi um processo aleatório, tendo, sim, sido fruto de diversas análises, em comparação com centros como Curitiba, uma referência em mobilidade.

O que ora se propõe, pelos termos do edital, é avaliar as regiões de acordo com suas características, já que não faz sentido adotar políticas idênticas para setores distintos. E faz sentido. Juiz de Fora é uma cidade que carece de políticas próprias para o seu entorno. Quando se estabelecem propostas de curto, médio e longo prazo, fica claro que o olhar está voltado para o futuro, pois nem sempre medidas pontuais são a solução para demandas que sequer se apresentaram. O caso mais emblemático é a BR-440.

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Na versão original, ela ligaria a BR-040 até a Avenida Brasil, na altura da Avenida Rui Barbosa, em Santa Terezinha. Passava pelos bairros Monte Castelo, Vale do Ipê e Democratas. Os dois últimos ainda eram apenas projetos do que hoje se apresenta. Como a obra não avançou, a ocupação urbana emperrou a sequência do empreendimento, sendo, hoje, uma via que liga o nada a lugar algum. Quando muito, chegará à BR-040, mas será apenas uma via municipal, que pode até render bons resultados para facilitar a mobilidade na região, hoje engessada, basicamente, na Avenida Costa e Silva. Para tanto, porém, carecerá de sua conclusão e transferência para a instância municipal.

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