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FATOR BRASIL

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A deflagração do processo de impeachment da presidente Dilma, vista como um movimento pessoal do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mas, ao mesmo tempo, capaz de destravar a agenda do país, ora engessada por conta das idas e vindas da discussão, passa por uma nova etapa: quando haverá uma definição final nesse ciclo de desgaste em que não há vencedores? O agravamento da questão política acaba refletindo na economia, uma vez que nenhum investidor de bom senso atua num cenário de tantas incertezas. Assim, o Governo, que antes relutava em colocar a questão na rua, preferindo entrar no jogo de Cunha, agora tem pressa, por entender que quanto mais rápido resolver a pendência melhor, sobretudo pelo risco de a discussão encontrar um cenário mais agudo em 2016. Já a oposição, que antes tinha pressa, agora quer manter o debate em banho-maria para ampliar o desgaste da presidente.

O que os dois lados não levam em conta é o próprio país. Enquanto o fator Brasília continuar em evidência, os demais ficarão em compasso de espera, agravando ainda mais o que já é extremamente ruim. As previsões para 2016 são sombrias, sobretudo no mercado de trabalho, afetando ainda mais a situação dos que menos podem. Os atores da cena política, em sua maioria, atuam de acordo com os seus interesses, e até mesmo os que se encontram nesse fogo cruzado entram num tático ciclo de silêncio, como é o caso do vice-presidente da República, Michel Temer. Na expectativa de poder, ele tem evitado a bola dividida que marca o cenário do Distrito Federal, preferindo outros temas, como falar a empresários em São Paulo, saindo do olho do furacão.

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O importante, porém, é garantir as instituições, pois o Brasil, que depois do ciclo das sombras foi um exemplo de democracia, não pode tê-la, agora, sob o risco de retrocesso.

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