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Riscos das queimadas

editorial
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Como ocorre todos os anos, o Corpo de Bombeiros voltou a alertar para os riscos das queimadas, cuja incidência se acentua entre os meses de julho e outubro – épocas mais secas do ano – com resultados imprevisíveis, mas preocupantes. Na edição dessa quarta-feira, a Tribuna destacou um incêndio que atingiu uma área equivalente a nove campos de futebol em Juiz de Fora, afetando 87.091 meros quadrados de mata queimada, na Rua Adelaide Maria da Conceição, no Bairro Alto Eldorado, no último domingo. Era o início da temporada marcado por uma ocorrência grave. Não houve vitimas, mas os danos ambientais são notórios.

Os bombeiros já admitem um número de chamadas bem mais acentuado do que no primeiro semestre do ano, quando foram feitas 93 notificações na sua área de cobertura. Como efeito do El Niño, que este ano devem ser mais agudos, a previsão de seca é fator a mais para a atenção coletiva. O fogo tem várias matrizes, mas boa parte delas, mesmo que involuntariamente, tem o homem como indutor. Uma binga de cigarro ou uma garrafa de vidro deixados em meio à vegetação podem dar início ao fogo.

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Para se antecipar aos fatos, desde o início do Mês estão em curso a Operação Alerta Verde, do Corpo de Bombeiros, e a campanha Queimadas Mata, da Prefeitura de Juiz de Fora. São ações preventivas que envolvem a comunidade alertando-a dos riscos por simples ações, como colocar fogo em lotes vagos. Em algumas regiões, os balões das festas juninas sempre acenderam as luzes de alerta em razão das consequências: boa parte cai em áreas urbanas ou próxima a aeroportos criando espaços instáveis. Nesse mesmo período são comuns as fogueiras, que prosseguem pelo mês ora em curso sem que se avalie as consequências.

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As queimadas, quando fora de controle, entram no pacote de danos ambientais de grande repercussão. Basta vez o que ora ocorre no Hemisfério Norte, agora sob a estação do verão, com cidades inteiras sendo assoladas pelo fogo. O curioso é que o fenômeno se repete todos os anos, mas, mesmo assim, ainda há resultados graves com prejuízos materiais e até mortes.

Ao fim e ao cabo, a despeito de toda a sazonalidade do fenômeno, é necessário ampliar as campanhas de esclarecimento. Uma expressiva parcela só se dá conta do problema quando ele está em curso. Nas metrópoles é comum a existência de lixões dentro da malha urbana. São outro fator de risco ante a falta de chuvas.

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Entra e sai ano e a situação não muda, o que deixa claro que em alguns casos há necessidade de legislação mais dura, principalmente quando se constata a incidência de incêndios criminosos. Os responsáveis, sob uma série de argumento (ou até mesmo nenhum) ignoram solenemente as consequências, que pode levar anos para serem reduzidas.

Num período de instabilidade do clima, sabe-se de antemão que as chuvas ficam mais escassas até outubro, o que gera ambientes propícios para a propagação do fogo. Com o El Ñino, a instabilidade se torna mais aguda. Os meteorologistas verificam chuvas torrenciais num polo e secas de longo prazo em outro, como na região Sul do Brasil e em países do Cone Sul, como o Uruguai, com regiões inteiras sem uma gota de água. Nestas, os riscos de incêndio são permanentes.

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