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Dias decisivos

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A melhor defesa é o ataque. É com essa estratégia que os advogados do presidente Michel Temer acompanham nesta terça-feira o início do julgamento da chapa com Dilma Rousseff, acusada de abuso financeiro nas eleições de 2014. O presidente, por meio de porta-vozes, disse que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, está numa empreitada pessoal contra o chefe do Governo, o que faz dele suspeito para sustentar as acusações. Há, ainda, o temor de que este apresente novas gravações do empresário Joesley Batista com Temer, que até agora estavam resguardadas pelos investigadores. Mesmo não sendo parte do processo que entra na pauta do TSE, as informações, no entendimento da defesa, podem contaminar o julgamento.

Se não ocorrer novo pedido de vistas, o Tribunal Superior Eleitoral deve encerrar o julgamento nesta quinta-feira, uma vez que todos os argumentos, provas e oitivas já estão esgotados. Adiar, de novo, a matéria, seria apenas uma medida protelatória, algo que a ninguém interessa. O Governo, a despeito da postura contrária de expressiva parcela da opinião pública, trabalha com um resultado apertado, mas a seu favor, daí a preocupação com os próximos atos do procurador-geral da República. Mas seja para qual lado a sentença for, não será uma questão acabada: há espaço para recursos questionando a própria sentença e, se houver dúvida de vícios constitucionais, para levar a discussão para o Supremo Tribunal Federal.

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O presidente da República já disse que renúncia não faz parte de seu dicionário e que, se houver condenação, irá recorrer, o que pode adiar, de novo, a definição do caso. Trata-se de um direito definido em lei, mas um passo atrás na política, pois o país teria um presidente sangrando, situação que pode, sobretudo, contaminar a economia, justamente no momento em que esta apresenta sinais de recuperação. O crescimento do PIB e as projeções de juros de um dígito até o final do ano são questões que são fortemente influenciadas pela instância política.

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