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Objetivo comum

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Anos eleitorais costumam ser pouco propícios a projetos comuns, sobretudo diante da perspectiva de polarização entre os atores que estarão nas urnas de 2022, mas é preciso separar situações. Na assinatura do protocolo de intenções entre a Prefeitura de Juiz de Fora e a Braspell – empresa que atua com energia renovável -, a prefeita Margarida Salomão destacou que é preciso diferenciar o embate político, que faz parte da democracia e se faz necessário, de ações que carecem de envolvimento coletivo.

A proposta de instalação da empresa envolveu vários atores, e sua consolidação se dará com o envolvimento coletivo que também deve se manifestar em outras causas de interesse da cidade. Juiz de Fora ficou apartada de projetos importantes para o seu desenvolvimento por conta da desconexão com fóruns de poder e pela divisão dos atores locais, cada um, a seu modo, buscando protagonismo, quando este papel é, de fato, da cidade.

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A inauguração do Viaduto Hélio Fádel, na tarde de quarta-feira, foi uma mostra de que é possível fazer política partidária e política pública. A plateia se dividiu entre bolsonaristas e petistas – estes em menor número -, aplaudindo e vaiando, de acordo com os discursos. É do jogo, mas na mesa do evento estavam personagens de diversas matizes ideológicas, a começar pela prefeita, deputada de três mandatos pelo Partido dos Trabalhadores, e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, um dos mais influentes do Governo Bolsonaro e já com 8% das intenções de votos na disputa pelo Governo de São Paulo. Em seus pronunciamentos, ambos deixaram clara a importância do diálogo.

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Na quinta-feira, a prefeita e o presidente da Associação Comercial, Aloísio Vasconcelos, foram os primeiros signatários da Carta de Juiz de Fora, documento a ser encaminhado ao governador Romeu Zema, com as demandas da cidade e da região. E ambos, não necessariamente, comungam do mesmo viés ideológico. A prefeita é do PT, e o empresário foi um dos mais entusiasmados defensores da candidatura de Bolsonaro e recebeu o ministro com pompa e circunstância na Associação Comercial.

A carta encaminhada ao governador expõe, como diz o próprio nome, as expectativas de Juiz de Fora, que devem ser o objetivo comum de lideranças políticas, empresariais e comunitárias. Se todos trabalharem com o mesmo propósito, será possível recuperar parte do tempo perdido por inações resultantes de idiossincrasias políticas.

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Há espaço para a política, por ser fundamental para a vida em comum, mas nada impede que, em projetos de interesse coletivo, todos se envolvam, como ora se apresenta no documento ao governador. Se a manifestação da cidade se mostrar sólida, não haverá motivos para o Estado dizer não.

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