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PASSO ADIANTE

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Algumas cidades, como Juiz de Fora, ainda não definiram seus prefeitos, mas os políticos já deram um passo adiante e dão tratos ao debate de 2018, especialmente para a Presidência da República. O entendimento que prevalece, pelo menos hoje, é de que haverá mudanças substanciais, principalmente no campo das esquerdas ante a brusca queda do Partido dos Trabalhadores nas prefeituras espalhadas pelo país. A legenda saiu do topo e ocupa um lugar intermediário entre os que mais elegeram prefeitos, o que, em princípio, irá provocar um amplo debate interno. Alguns setores pregam o expurgo de personagens identificadas pelas operações da Polícia Federal e do Ministério Público, enquanto outros defendem a criação de uma ampla frente, na qual, apesar de tudo, não haveria perda de identidade.

O fato concreto é o fortalecimento de outros partidos no mesmo campo e o ressurgimento de personagens, como o ex-ministro Ciro Gomes, que tem a pretensão de ser a alternativa mais viável para esse campo. Para tanto, ele já começa um périplo pelo país defendendo suas teses, mas sem se envolver no discurso comum de golpe. Para alguns setores, as urnas não compraram essa questão, o que faz de Ciro um ponto a ser discutido.

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As lições, porém, não se esgotam no campo das esquerdas. O PSDB, a despeito de ser o partido que mais cresceu em número de prefeituras, começa o debate interno com forte divisão, a partir de São Paulo, especialmente. O governador Geraldo Alckmin se fortaleceu ao eleger um outsider – o empresário João Dória – para a prefeitura mais rica do país e ganhar também no interior paulista em cidades estratégicas. Ele atua para ser o nome dos tucanos em 2018. Em Minas, Aécio Neves pode ganhar a Prefeitura de Belo Horizonte, mas sua disputa será em território mais amplo se quiser voltar ao páreo. Ele defende uma votação interna certo de que, nacionalmente, ainda tem mais projeção.

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Mesmo não tendo ligação direta com o pleito nacional, a disputa municipal tem seus significados próprios que se projetam sobre os estados, uma vez que os prefeitos que saem das urnas serão cabos eleitorais importantes para os candidatos a deputado e senador, e influentes, também na definição do governador. Mesmo sendo a disputa para a Presidência um caso à parte, é sempre possível considerar que o esforço dos partidos não é apenas pelo controle municipal, mas voltado, também, para as negociações que começam já a partir de agora, visando à sucessão de Michel Temer.

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