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NA LINHA DE TIRO

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Na tarde da última quinta-feira, uma mulher grávida e um adolescente estavam na hora e no lugar errados quando foram atingidos por disparos destinados a um jovem de 22 anos. Ele morreu no local, enquanto os demais foram levados para o hospital. Nas metrópoles, o risco de bala perdida é acentuado, mas, em Juiz de Fora, a despeito das estatísticas, a situação também preocupa. Os crimes contra a vida continuam nos mesmos patamares dos últimos três anos, devendo passar dos cem casos. Jovens e adolescentes continuam liderando os números, ora como vítimas, ora como autores. A motivação também é recorrente: enfrentamento de grupos ou tráfico de drogas. No mesmo dia, um outro homicídio foi registrado na Zona Norte. Os bairros Vila Esperança I e Vila Esperança II, numa inexplicável rivalidade, continuam sendo foco de boa parte das ocorrências.

As autoridades e estudiosos apontam drogas e conflitos de grupos como causas primárias, mas é fundamental considerar também o fácil acesso às armas. Hoje, adquirir um revólver não exige grandes manobras. A frequência de armas de fogo em homicídios e roubos confirma essa facilidade. O porte ilegal é crime, mas, a despeito disso, há uma clara circulação de armas pelas ruas, dando margem para uma nova frente de combate pelo Estado. A questão é como fazê-lo, já que o aparato policial tem sido insuficiente para enfrentar a crescente demanda pelo país afora.

Em tempos de crise, a discussão da violência acabou ficando em segundo plano, embora seja ela uma das prioridades de defesa da população. Os crimes contra o patrimônio se acentuam, com os autores cada vez mais ousados e a qualquer hora. Na mesma tarde em que os dois jovens foram mortos, quatro irmãos idosos foram feitos reféns por um assaltante, no Bairro Santa Helena. Isso aconteceu em plena luz do dia. Levou roupas e joias, provavelmente para alimentar o vício.

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