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Mais um olhar

editorial
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Durante décadas, o sistema de segurança pública atuou com o conceito de ser um projeto exclusivo dos estados e da União, sem qualquer participação dos municípios. Com o decorrer dos anos, percebeu-se que as prefeituras deveriam participar do processo, uma vez que tudo acontece nas cidades, e elas podem ajudar na defesa da população com ações de cunho social e de implantação de equipamentos para uso das polícias militar, civil e federal, além das guardas municipais.

Na última quarta-feira, 225 novas câmeras com Inteligência artificial passaram a fazer parte da segurança de Juiz de Fora, totalizando 333, se somadas às que já estão em funcionamento. Os novos equipamentos também serão utilizados no monitoramento de áreas com risco geológico e ambiental.

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Os pontos monitorados foram definidos em conjunto pelas polícias militar e civil em reunião com representantes da Prefeitura. Na mesma ocasião, foram articuladas estratégias conjuntas para a redução de crimes contra a vida na cidade. As câmeras deverão cobrir também algumas áreas de sombra, isto é, descobertas na vigilância, especialmente nos acessos à cidade.

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A ampliação do sistema de vigilância é resultado do Plano Municipal de Segurança Urbana e Cidadania, que avaliou o papel do município na segurança pública. A vigilância eletrônica é um deles.

O que se espera, a partir de agora, é agilidade nas respostas do Estado, sobretudo se os organismos de segurança com acesso ao Centro de Monitoramento, atuarem em sincronia, como reconheceram os próprios profissionais do setor que participaram da inauguração do Centro.

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Com as câmeras será possível identificar responsáveis por atos ilícitos em vias públicas, mas ainda é temerário o reconhecimento facial, que carece de aperfeiçoamento. Há vários exemplos de pessoas negras que foram equivocadamente apontadas como autoras de atos nos quais não tinham qualquer envolvimento. Além dos transtornos físicos, o falso reconhecimento tem reflexos psicológicos de grande monta. Daí, é mister ampliar os investimentos tecnológicos para garantir a segurança da identificação.

As câmeras também têm condições de indicar áreas de risco, especialmente no ciclo das chuvas, pois permitem o monitoramento das condições de encostas e níveis de rios. A inteligência artificial é capaz de implementar avaliações frequentes. O exemplo do Rio Grande do Sul é pedagógico. As autoridades negligenciaram na fiscalização dos rios e das encostas, algo só detectado quando o caos já estava instalado. Os novos equipamentos têm, portanto, o papel preventivo.

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As principais metrópoles do mundo estão repletas de câmeras, desafiando princípios de privacidade, uma ve que a vontade geral prevalece, sobretudo quando os riscos são cada vez maiores num ciclo de insegurança. O cenário, salvo em regime totalitários, ainda é distante da distopia “1984” e o Grande Irmão, de Eric Arthur Blair, que escrevia sob o pseudônimo de George Orwell, mas o monitoramento é um dado real.

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