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Causas e Efeitos

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A janela partidária, cujo prazo terminou no último sábado, ajeitou algumas situações e complicou outras, o que, aliás, já era esperado ante o processo de alianças, que ainda não terminou em razão de as federações terem data de consolidação somente no dia 31 de maio. Mas o primeiro ensaio já apontou como será jogado o jogo sucessório pelo país afora.

Na disputa presidencial, o fator novo tem prazo incerto de acontecer, dependendo, especialmente, dos próximos números das pesquisas. Na última quinta-feira, o governador de São Paulo, João Doria, ameaçou implodir o PSDB, permanecendo no comando do Estado, rifando não só a candidatura de seu vice, que já estava acertada, mas também o processo nacional, bloqueando a ascensão do gaúcho Eduardo Leite, ora na condição de stand by. Doria deixou o cargo, confirmou a candidatura a presidente, mas tem prazo de validade. Se não decolar na preferência do eleitor, corre o risco de ser substituído.

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A janela também teve consequências em Minas Gerais. O senador Carlos Viana, que até 15 dias atrás dizia ser o pré-candidato do MDB ao Governo do estado, fez um lance de última hora e se filiou ao PL de Waldemar Costa Neto. Sua jogada teve repercussão imediata, pois se apresentou como candidato do presidente Jair Bolsonaro, deixando o governador Romeu Zema numa situação desconfortável. Até então relutante, ele corre o risco de ficar sem respaldo nacional, já que o Planalto já avisou que Viana é o nome e Lula, por sua vez, aposta em Alexandre Kalil (PSD).

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É cedo para definir o próximo passo, mas a tacada de Viana quebrou a polarização mineira entre o governador e o ex-prefeito de Belo Horizonte. Contando ainda com o respaldo dos evangélicos, ele se coloca em posição de ser um nome cotado para o segundo turno. Além disso, pressiona o deputado Marcelo Aro, um dos principais apoiadores de Zema, cotado até para ser o seu vice. Ele é filiado ao PP; com a candidatura de Viana, será induzido a apoiar o senador, mas sem chance de disputar o Senado, já que a chapa de Viana indica o ex-ministro Marcelo Álvaro Antônio.

Nesse processo de causas e efeitos, o próprio Alexandre Kalil tem que se definir, já que o Partido dos Trabalhadores, seu eventual aliado, quer, como condição sine qua non, indicar o deputado Reginaldo Lopes ao Senado. Só que o PSD aposta na continuidade do mandato do senador Alexandre Silveira, que ficou na vaga de Antonio Anastasia. No fim de semana, Kalil se deixou fotografar ao lado do parlamentar e do senador Rodrigo Pacheco.

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Um impasse para o Senado pode não só tirar Lula do palanque de Kalil, mas também levar o PT a lançar candidatura própria. Aí, o jogo fica totalmente aberto, adiando ainda mais a definição dos eleitores.

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