Ícone do site Tribuna de Minas

Gesto simbólico

PUBLICIDADE

As redes sociais apresentaram, com um olhar positivo, o encontro dos ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso num momento de infortúnio. Quando ficou viúvo de dona Ruth, FHC, a despeito das diferenças, recebeu a visita de Lula. Na última quinta-feira, desta vez tendo o petista como a pessoa a ser consolada, foi a vez de o tucano visitá-lo. O forte abraço entre ambos percorreu o mundo e comoveu, porque ambos, de fato, estavam tomados de grande emoção. Não eram adversários, e sim dois homens que dirigiram o país e que, no início da carreira, estiveram na mesma trincheira pelo restabelecimento da democracia no Brasil.

Em situações normais, a cordialidade seria um gesto corriqueiro até mesmo entre adversários, mas o Brasil recente, sobretudo no mundo virtual, enveredou-se pelo caminho perigoso de nós e eles, como se fossem dois países e dois povos. Esse maniqueísmo produziu ódio, comprometeu relações, até mesmo entre parentes e amigos, e não avançou em nada na mudança que se procura. Ao contrário, exacerbou ânimos e mostrou o lado pantanoso da rede mundial.

Além de FHC, outras lideranças prestaram solidariedade ao ex-presidente, pois é o que se faz em situações como essa.

PUBLICIDADE

A política deve ter o contraditório, dois ou mais lados, pois são eles que movem o mundo, mas entre ser adversário e inimigos há uma diferença abissal. O que Lula e FHC fizeram, a despeito do momento, foi apontar para essa possibilidade, a de que é possível e necessário conviver com os desiguais.

Sair da versão mobile