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Semana pródiga

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Na mesma semana de luto pela morte de jogadores, dirigentes e jornalistas, na queda de um avião que levava a delegação da Chapecoense à Colômbia, a instância política esteve ativa, em alguns momentos, usando o silêncio da madrugada para se manifestar. A Câmara desvirtuou o projeto de combate à corrupção, o Supremo tornou o presidente do Senado, Renan Calheiros, réu pela primeira vez, e a Odebrecht começou a abrir o jogo das delações premiadas. Junte-se a isso o estilo pendular do Governo Temer, especialmente na economia, com números preocupantes para 2017.

Com a proximidade das festas de fim de ano e o recesso, não se sabe quais serão os desdobramentos, mas já é certa uma agenda tensa para o primeiro semestre do próximo ano, uma vez que as questões pendentes são cruciais para o debate político. A operação Lava Jato, mesmo com a ameaça de renúncia dos promotores, deve continuar, agora, com os dados da Odebrecht. O Senado terá a chance de fazer as correções no pacote anticorrupção, restando saber, porém, até que ponto, uma vez que vários de seus membros também estão na esperada lista.

Fica claro, porém, que não há espaço para recuos. A medida tomada pela Câmara, com várias justificativas, foi um ponto fora da curva que precisa ser resolvido com diálogo, e não pelo enfrentamento. Os representantes do Ministério Público, que ameaçaram renunciar, devem, sim, dialogar, pois o que menos se espera, agora, é um impasse entre as instituições, algo danoso para todos e que reflete diretamente na economia ante a incerteza dos investidores em apostar num país em que todos se enfrentam, cada um por conta de seus particulares interesses.

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