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Atrás do eleitor

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Ao desembarcar, nessa quarta-feira, no Aeroporto de Brasília, para participar de evento de filiação ao Podemos, o ex-ministro Sérgio Moro foi hostilizado por um grupo de manifestantes que protestava contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 32/2020, que altera regras sobre servidores públicos e modifica a organização da Administração Pública. Foi chamado de lixo e de vendido, embora já esteja há mais de um ano fora do Governo e do qual tornou-se oposição.

Protesto à parte, a discussão envolve o papel que o ex-juiz pode representar no jogo eleitoral. Ele retornou com a intenção de disputar a Presidência, mas não será surpresa se optar pela busca de uma cadeira no Senado, sobretudo se não encontrar o respaldo esperado para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula, os dois polos que lideram as pesquisas de intenção de voto.

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O ministro terá que remar para obter respaldo ao centro, sobretudo quando este passa por uma crise existencial: não sabe se fica com o presidente no projeto de reeleição ou se aguarda um nome que agregue a maioria insatisfeita com as duas opções. A questão é saber se ele incorpora esse personagem numa lista que já tem o ex-ministro Ciro Gomes e o nome a ser retirado da prévia do PSDB. Além disso, o MDB tem a pretensão de lançar a senadora Simone Tebet como uma nova alternativa.

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O jogo já está sendo jogado, mas é prematuro definir cenários, sobretudo quando ninguém falou ainda em programa de governo. Pouco se sabe sobre o que pretende o presidente num segundo mandato e quais são as metas do ex-presidente numa terceira passagem pelo Governo. Ciro tem feito mais críticas do que apresentado ideias, enquanto os tucanos vivem um episódio à parte às vésperas da prévia marcada para o dia 21.

O diretório de Minas lidera uma corrente anti Doria e a favor de Eduardo Leite, enquanto o governador de São Paulo tem a maioria dos delegados de seu estado e busca votos em sua região. Até aí, nada de mais, não fosse o jogo de caneladas que se estabeleceu na reta final da campanha. Quem perder vai mesmo apoiar o vencedor depois de tantas pedradas?

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A um ano das eleições, há os que considerem ser cedo para definição dos acordos, mas a questão não se esgota aí. A necessidade de programas é fundamental para se saber com que cartas o país vai inaugurar 2023, sob nova (ou a mesma) direção. A pandemia já matou mais de 600 mil brasileiros, e a economia anda mal das pernas. Os desafios exigem que se saiba o que os pré-candidatos, ou candidatas, têm em mente.

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