Eleição e mineração só depois da apuração, diziam os antigos. Com o advento de ferramentas mais modernas, os institutos de pesquisa – salvo as exceções que confirmam a regra – são capazes de indicar com certa antecedência o resultado das eleições. Em Juiz de Fora não foi diferente. Desde a primeira amostragem, os números, inclusive os de controle interno dos próprios candidatos, indicavam para um segundo turno entre Bruno Siqueira (PMDB) e Margarida Salomão (PT), repetindo o feito de 2012, quando eles também se enfrentaram na segunda rodada.
Não há surpresa nesses resultados, sobretudo por conta da tática adotada por alguns personagens desde o primeiro dia de horário eleitoral. Os atores que ficaram na ofensiva, se portando como autênticos donos da verdade, se viram no fim da fila, uma vez que o eleitor já não é mais ingênuo a ponto de só ver virtudes no acusador e mazelas em seu alvo. Ao contrário, vê nesse modelo uma fórmula de ação de quem não tem o que dizer.
Mesmo assim, como apuração, as urnas trazem surpresas em torno daqueles que, de fato, investem na campanha. Duas mulheres pontuaram desde o início a contagem dos votos para a Câmara Municipal. Duas ao mesmo tempo não é algo inédito, pois o Legislativo já teve essa conformação em legislaturas passadas, mas nunca estiveram à frente dos números com tamanha expressão.
Ficou claro, ainda, que o discurso propositivo é o que mais atrai o eleitor, já cansado do estilo “só bate”, que marcava os pleitos de outros tempos. A cidade quer se discutir e investe naqueles que, de fato, têm essa preocupação. Por conta disso, espera-se que os dois finalistas façam, de fato, debate em torno do futuro e dos desafios que estão pela frente.