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Reforma de alto a baixo

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A equipe econômica tem pela frente o desafio de convencer deputados e senadores a aprovarem o pacote da Previdência que inclua estados e municípios. Sabe-se que não será uma tarefa fácil, pois o voto parlamentar tem sempre um olhar voltado para as urnas. Ou seja, todos sabem que a medida é necessária, mas também consideram que poderão ter problemas nas bases, sobretudo no setor público, durante as eleições. Daí se explicar a postura dos governadores e de alguns prefeitos em pedirem o pacote completo, por entenderem que não terão força pol ítica suficiente para fazerem a sua própria reforma.

Não se sabe com qual ânimo a equipe econômica irá trabalhar, mas admitem-se três frentes: incluir estados e municípios, tirá-los da reforma ou fazer uma emenda que lhes dê meios de fazer a própria mudança, sob determinadas condições. A suspeita é de que, se deixar por conta e risco de prefeitos e governadores, nem todos tomarão as providências que se fazem necessárias ante o lobby de diversas categorias públicas, especialmente perto de eleições.

O dilema dessa discussão são os números. Estados e municípios estão bem mais encalacrados do que o Governo Federal. Muitos deles já recorrem a recursos do Tesouro para fechar o mês. Com isso, perdem também a capacidade de investimentos em um momento em que tal medida se faz necessária para retomar o crescimento.

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Nesse jogo de empurra, governadores e prefeitos jogam para o Governo Federal o papel de fazer a reforma de alto a baixo, mas precisam, também, fazer a sua parte e cobrar com mais entusiasmo o voto de suas bases, com o argumento de que todos perdem se nada for feito. Passar a bola para frente é o pior dos mundos, pois, mais dia, menos dia, terão que fazer a sua reforma, e não será uma ação fácil em momento algum.

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