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Educação no trânsito

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Com o tema “No trânsito, escolha a vida”, começam nesta quinta-feira as ações em torno do Maio Amarelo, que trata especialmente da educação no trânsito. É a décima edição de um evento que não se esgota neste mês, sobretudo pela sua relevância. O Brasil é um dos campões em acidentes de trânsito – boa parte deles fruto da imprudência, o que aponta para a importância de uma discussão permanente em torno dessa questão.

Educar deve ser a palavra-chave por conta de episódios cotidianos que mostram a quantas andam as relações entre motoristas, pedestres e usuários de bicicletas e motocicletas nas ruas brasileiras. No início desta semana, na Zona Central de São Paulo, um motorista de aplicativo, após atropelar um jovem, não só o manteve sob as rodas do seu carro – à espera da polícia segundo ele – mas fez questão de postar na internet que a vítima tinha o destino do inferno por ser um ladrão de celular. Ao curso dos dias, constatou-se que não há qualquer registro policial envolvendo o seu nome.

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A naturalização desse tipo de comportamento é inaceitável, sobretudo quando se usa as redes sociais para propagar o que seria uma ação de justiça, pois o atropelado era, supostamente, um ladrão. Há, nesse caso, dois problemas: fazer justiça pelas próprias mãos é um gesto temerário; negar assistência a uma vítima é postura grave, que pode ser inserida no capítulo dos crimes da legislação brasileira.

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O Maio Amarelo não vai se concentrar nesse episódio, mas a convivência entre os usuários do sistema deve ser uma discussão necessária, pois, mesmo sendo um caso isolado, outros entreveros são próprios, especialmente nas metrópoles, resultantes da disputa de espaço que se estabeleceu nas ruas mesmo diante de regras de trânsito. Os abusos no trânsito são frequentes resultando em acidentes graves. Quem anda pelo território virtual deve ter visto imagens de um motociclista que atropela uma idosa numa rua sem trânsito e com a vítima próxima da calçada. Ele simplesmente perdeu o controle da moto ao empiná-la para se exibir.

A discussão, porém, deve ter como parte o segmento público responsável pelas vias urbanas, estaduais ou federais. Boa parte delas encontra-se em situação preocupante, sem acostamento, sinalização precária e sem a necessária duplicação – especialmente as grande movimento.

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Na área urbana é fundamental insistir na educação, por conta de problemas próprios da área central e envolvendo ciclistas. Em Juiz de Fora, sem uma ciclovia, se aventuram em meio ao trânsito, num risco permanente acentuado por motoristas imprudentes. Na Avenida Rio Branco há sinalização apontando para a presença de bicicletas, mas trata-se de um mero detalhe, porque poucos atentam para essa informação.

“No trânsito, escolha a vida” não é um mero mote de campanha. É, de fato, um chamamento coletivo. É fundamental termos motoristas prudentes, motociclistas conscientizados e pedestres atentos. A imprudência é um mal comum e quando ela acontece há sempre a possibilidade de algo grave acontecer.

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