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Hora de fazer contas

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Aberta nessa quinta-feira, a janela partidária – que permite a mudança de partidos sem riscos de infidelidade partidária – só ganhará fôlego no fim do mês, no apagar das luzes. Engana-se quem pensa que as definições vão ocorrer já nessa primeira quinzena, porque isso não deve acontecer, salvo nos casos em que a transferência de legenda já estava prevista com antecedência.

Os políticos têm uma lógica própria de atuar, bem diferente das ruas, que defendem resultados imediatos. Na política, não. O momento é de olho no gato e olho no peixe, com o monitoramento dos passos dos adversários e até mesmo de eventuais aliados. Ademais, o processo nacional terá forte influência em algumas decisões.

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Na Câmara Municipal, vários vereadores já sinalizaram que vão trocar de partidos, mas a efetivação de tal processo deve ocorrer somente no fim do mês, quando as ações estarão mais claras, inclusive em torno de candidaturas no pleito deste ano.

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Tal situação se repete tanto na Assembleia quanto no Congresso Nacional. Deputados e senadores avaliam cenários, sobretudo por levarem em conta a estratégia do processo. Todos estarão diante das urnas de outubro, e uma decisão errada pode comprometer até mesmo uma reeleição.

Na edição de terça-feira, o repórter Renato Salles revelou a situação dos deputados eleitos por Juiz de Fora. Apenas três – Lafayette Andrada (Republicanos), Noraldino Júnior (PSC) e Roberto Cupolilo (PT) – garantiram que vão continuar no mesmo partido. Os demais ainda discutem as condições para a mudança. Charlles Evangelista e Sheila Oliveira, ambos do PSL, estão de malas prontas para caminharem com o presidente Bolsonaro no PL. Ambos, no entanto, ainda conversam, pois querem saber, e com razão, em que termos irão disputar a reeleição. Na atual filiação, teriam garantias de repasses. No PL, a despeito de a legenda ter a possibilidade de se tornar a maior da Câmara Federal, o que implica maior parcela no Fundo Partidário, essa garantia precisa estar bem consolidada.

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Os candidatos fazem conta em tempo integral, pois a janela não é a única questão em discussão. Até 31 de maio, os partidos poderão formalizar federações, que têm implicação direta nas alianças e no quociente eleitoral. Os partidos de menor porte buscam aliados para evitarem o risco da cláusula de barreiras. Daí as conveniências que estarão em jogo.

Como o mês está apenas começando, haverá tempo suficiente para avaliações a partir do que for acertado na instância nacional. Eleições gerais, embora tenham redutos bem definidos, são necessariamente alinhadas com a sucessão presidencial, que dependem diretamente de acordo nas suas bases.

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