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Questão de lado

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Os números do Datafolha anunciados no meio da semana, indicando a preferência do eleitor e como ele se comporta diante dos recentes fatos da cena nacional, devem ser analisados em profundidade, pois apontam para questões que se voltam diretamente para o futuro do país. Os pesquisadores, entre as muitas perguntas, quiseram saber a preferência das ruas numa eventual eleição sem o ex-presidente Lula. Ele lidera em todos os cenários, mas tem pela frente a inelegibilidade, prevista na Lei da Ficha Limpa, e a condenação em segunda instância por um colegiado do Tribunal Regional Federal.

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Os resultados foram emblemáticos. Os votos se pulverizam sem apontar, de fato, uma linha de preferência. O eleitor se mostra indeciso, e os resultados são preocupantes, mesmo diante do fato de o ano estar apenas começando. Com Lula, vale o discurso do “nós contra eles”; sem sua presença na urna, esse maniqueísmo se desfaz, pois os demais atores não conseguem se destacar ante o olhar do eleitor, e os que saem na frente, como o deputado Jair Bolsonaro, não se descolam do grupo.

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Ao analisar o quadro, a convite da Tribuna – veja coluna Painel ao lado -, o professor Rubem Barboza, da UFJF, adverte para várias questões. Uma delas é a falta de discurso dos candidatos e a tática de buscar o centro – para acolher votos da direita e da esquerda – por desconhecer que ele não é um vazio de ideias. Quem quiser convencer o eleitor terá que se esforçar um pouco mais.

Convidado no ano passado pela Câmara dos Deputados para falar na Comissão Especial da Reforma Política, o cientista político, já naquela ocasião, chamava a atenção para a necessidade de mudanças profundas, sob o risco de o país enveredar-se por um processo raso de escolhas eleitorais, quando há demandas importantes que só se explicitariam após mudanças profundas na política.

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O Congresso tocou sua agenda com uma reforma tosca, e os resultados já se apresentam nos debates iniciais em torno da sucessão. Os políticos não apresentam programas de Governo, se prendendo à velha forma de falar bem ou mal do atual gestor, quando o que se espera são propostas consistentes para mudar o país.

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