O juiz-forano acompanhou, na última quinta-feira, um incêndio de grandes proporções no Morro do Cristo, quando a encosta foi devastada pelas chamas, exigindo dos bombeiros o empenho de guarnições e até mesmo o uso de um helicóptero para conter as chamas. O episódio é típico do período de seca e deve perdurar até setembro, mas há sempre espaço para avaliar suas causas e consequências.
O Morro do Cristo é um maciço que teve que passar por uma ampla intervenção, quando algumas pedras estavam na iminência de cair sobre as residências logo abaixo. Foram colocados pinos de contenção que garantiram a segurança, mas incêndios de tal monta tiram o mato e induzem a novo risco.
As causas do incêndio ainda estão sendo apuradas, mas é necessário, de pronto, chamar a atenção para os riscos sob qualquer circunstância. Até incêndios controlados podem se propagar se as precauções, como aceiros, não forem devidamente efetivas. O perigo maior, porém, está no descaso ou no desconhecimento da população. Um simples cigarro jogado às margens de uma rodovia ou garrafas jogadas no mato tornam-se indutores do fogo. O cigarro, pela propagação lógica acelerada pelo vento; a garrafa, por funcionar como uma lente ante os raios de sol. Ações ingênuas podem ter graves consequências.
No extremo Norte, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, os grandes incêndios são considerados sazonais, e suas consequências, gravíssimas ante a proporção. Ao Sul do Equador, nem tanto, mas nada impede que se tenha conhecimento dos riscos.
Instalada entre colinas, Juiz de Fora é cercada por encostas que podem se transformar num drama em caso de incêndios. O Morro do Cristo e sua extensão têm vários condomínios, e, quando o fogo se alastra, o medo se instala.
Por isso, prevenir, mantendo a vegetação sob controle, é sempre melhor do que remediar.
E, nesse aspecto, a participação popular é importante, por ser necessário ter atenção aos primeiros focos de incêndio. O combate imediato às chamas é fundamental para evitar a sua ampliação e perda de controle. No caso do Morro do Cristo, os bombeiros tiveram que atuar em condições adversas por causa da topografia.