O aumento expressivo no número de passageiros no Aeroporto Regional Presidente Itamar Franco aponta para a viabilidade do projeto iniciado na gestão do ex-presidente e concluído no mandato Aécio Neves, mas ainda é dependente de ajustes sobretudo na acessibilidade.
Situado entre os municípios de Goianá e Rio Novo, o terminal tem possibilidade de ampliar ainda mais o seu perfil se a MG-353 passar por ampla reformulação. O projeto para torná-lo também um aeroporto industrial, para acolher a demanda da região, esbarra na qualidade da via. A despeito de a pista de rolamento ter passado por intervenções ao curso dos anos, a ausência de áreas de escape, e sobretudo, de pontos de ultrapassagem é um problema.
Ademais, para o uso sistemático de veículos de grande porte, há medidas a serem tomadas que, por enquanto, não são sequer discutidas. A rodovia está sob a jurisdição do Estado, mas é possível ajuste de passar por uma nova formatação.
Não é de hoje que se discute a viabilidade do Aeroporto que agora se consolida com o trânsito de companhias aéreas de grande porte, mas é necessário colocar no pacote um projeto mais ousado, que contemple também o Porto Seco, responsável pelo desembaraço de um expressivo elenco de produtos.
É fundamental estabelecer discussões em torno desses dois projetos que, ante uma via de melhor qualidade, podem ampliar ainda mais as suas operações. A distância só se apresenta como um problema por conta da via de acesso, uma vez que outros terminais estão tão longe, ou até mais, das áreas centrais, como é o caso de Viracopos, em Campinas, cuja demanda de passageiros é maior para a cidade de São Paulo. São 95 quilômetros de distância, mas percorridos em duas importantes rodovias.
O usuário tem a opção de pegar a rodovia dos Bandeirantes, considerada uma das estradas mais conservadas, e eleita a melhor do Brasil em 2018, ou a Anhanguera, que liga também as cidades mais importantes do norte do Estado de São Paulo, se estendendo até a divisa com Minas Gerais.
Qualquer comparação com essas duas está fora de cogitação, mas é fundamental que a MG-353 tenha uma nova formação, não apenas por conta do Aeroporto, mas também pela ligação de Juiz de Fora com as cidades que formam hoje um dos mais importantes polos moveleiros do país. A MG-133, que faz essa ligação, a partir de Coronel Pacheco, também tem problemas para a convivência entre veículos de passeio e caminhões.
O governador Romeu Zema, é fato, ampliou e melhorou a rede rodoviária de Minas nos últimos quatro anos, mas as duas rodovias ainda precisam de mais atenção. A Zona da Mata, que ensaiou um debate envolvendo ministros e prefeitos, carece desses investimentos, mesmo que sejam feitos em parceria com a iniciativa privada ou até mesmo a União.