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Cuidado necessário

editorial
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Há tempos o cuidado com a saúde mental tem deixado de ser visto como “supérfluo” pela sociedade em geral. Também não é de hoje que o investimento em acompanhamento psicológico tem entrado no orçamento de trabalhadores – dos que podem pagar, diga-se. Aliás, essa importância tem sido cada vez mais reconhecida em meio à crescente consciência sobre o impacto das condições psicológicas na qualidade de vida.

Em um mundo em que as pressões cotidianas, as expectativas sociais, os avanços tecnológicos e a conectividade se tornam onipresentes, os desafios emocionais são inevitáveis. É, portanto, imperativo que não só a sociedade, mas os governos coloquem a discussão sobre saúde mental como central e empenhem esforços para a promoção de políticas públicas que priorizem esse tipo de cuidado.

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E esse não é um cuidado apenas em prol do indivíduo. Na esteira do pós-Covid, os efeitos vários da pandemia continuam afetando a saúde mental de um grande número de pessoas em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia criou uma crise global para a saúde mental, alimentando estresses em curto e longo prazo, e minando o bem-estar emocional de milhares de pessoas.

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Os efeitos dessa crise, em meio a tantos avanços importantes, mas desafiadores, podem ter impactos profundos e generalizados na sociedade, influenciando diretamente as relações interpessoais, o desempenho profissional, a economia, além de sobrecarregar os sistemas de saúde e assistência social. Outras consequências, inclusive destacadas por especialistas em saúde mental, incluem o risco elevado de suicídio e mortalidade prematura.

Na edição inaugural de 2024, publicada nesta terça (2), a Tribuna trouxe uma matéria que discute a questão, destacando o Janeiro Branco, que completa uma década. O tema da campanha deste ano é “Saúde mental enquanto há tempo”, e enfatiza a importância de ações céleres ante a tantas mudanças irreversíveis.

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As condutas não incluem apenas intervenções clínicas, mas também iniciativas de conscientização, educação, redução do estigma e a criação de ambientes sociais e profissionais mais solidários e inclusivos. Como reitera a matéria, ao debater o Janeiro Branco deve-se levar em conta o papel das atitudes institucionais e das políticas públicas.

Em Juiz de Fora, ações em prol da saúde mental, da qualidade de vida e do bem-estar emocional são parte do calendário oficial do município desde 2017, ano em que o projeto de lei que versa sobre a saúde mental foi aprovado. Esse é um passo, mas também é preciso garantia de amplo acesso a serviços por meio SUS, cujo subfinanciamento, sabemos, ainda impede o atendimento integral às demandas em ascensão.

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Em tempo, em ano eleitoral, é crucial estarmos atentos a candidatos que abordem e debatam questões e propostas relacionadas à saúde mental dentro da saúde pública. A importância desse foco reside no impacto direto que as políticas municipais podem ter na qualidade de vida e no bem-estar psicológico dos cidadãos.

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