A formalização de uma licitação para exploração do Terminal Rodoviário de Juiz de Fora, com abertura dos envelopes no dia 18 de janeiro de 2023, dá margem para discussão em torno do espaço que há tempos carece de atualização. Hoje, o local, a despeito de sua importância, não se encontra em condições adequadas para os usuários, a começar pela falta de informação digital, que já é uma realidade em outras rodoviárias pelo país afora. Com a chegada do ciclo das águas, o velho problema das goteiras volta à tona, o que impôs como condição ao próximo concessionário a troca do telhado.
Concebido na gestão Mello Reis e inaugurado no primeiro mandato do prefeito Tarcísio Delgado, o Terminal São Dimas ainda não se desatualizou com o tempo, uma vez que o projeto inicial tinha previsão de longo prazo. Hoje, boa parte dele sequer é utilizada, o que dá margem não só para ampliação, mas também para a instalação de serviços de interesse direto dos usuários.
O mobiliário é precário, e a iluminação no seu entorno carece de atualização, sobretudo pelo trânsito de passageiros em áreas de sombra. Os taxistas que atuam no terminal também ficam num espaço que carece de melhoramentos, inclusive de cobertura. Há, pois, muito a ser feito.
Mas, se estamos abordando o campo das obrigações, também é necessário avaliar os direitos. O prazo de apenas dez anos de concessão deveria ser mais bem avaliado, por ser insuficiente para os concessionários terem um retorno real de seu investimento. Essa tem sido uma questão em outras licitações que precisa ser rediscutida, sob o risco de a concorrência ficar deserta, já que qualquer investidor trabalha com previsões de retorno de médio e longo prazo.
A revitalização da rodoviária seria um passo importante para a região. Além de um shopping center, se não houver recuos do Estado, ao redor também será instalado o Hospital Regional, que ampliará sobremaneira o fluxo de veículos e pessoas na região. Com planejamento, todos ganham, já que a movimentação não se restringirá aos aos locais. Por sua própria formatação regional, o hospital vai atrair usuários de toda a Zona da Mata, que passarão pelo terminal rodoviário e terão no shopping uma referência de compras e de lazer.
Com tal possibilidade, otimizar a mobilidade no entorno é também um dado real a ser considerado pelo município. A Avenida Coronel Vidal é subutilizada, ficando todo o fluxo na Rua Henrique Burnier, que em horários críticos registra retenções.
As cidades são dinâmicas, e acompanhar o seu ciclo tornou-se uma necessidade, a fim de garantir condições adequadas para a população. No último domingo, a Tribuna, em caderno especial, apontou as potencialidades da Zona Norte, e o entorno do terminal rodoviário é a porta de entrada, o que faz dele um local estratégico sob todos os aspectos para a região.