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Mudança de prazo

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Por conta de mudanças na legislação eleitoral, o cenário político ainda é incerto no país. Fosse no modelo antigo, quando as filiações partidárias tinham que ser efetivadas com um ano de antecedência, muitos dos atores políticos já teriam definido as suas filiações, a começar pelo presidente Jair Bolsonaro, ora disputado pelo PL e pelo PP, dois próceres do Centrão. Mas não é o único. Nos estados, a situação é a mesma, e a possibilidade de mudanças atrasa a formatação do quadro de candidaturas.

Em Minas, o caso mais emblemático era do senador Rodrigo Pacheco, que no apagar das luzes de outubro fechou com o PSD do ex-ministro Gilberto Kassab. Sua decisão o coloca no jogo sucessório federal, como uma eventual terceira via, pelo menos, no processo mineiro, no qual só o governador Romeu Zema se apresentou. Viajando pelo estado, este tem mostrado suas realizações a prefeitos e vereadores e, especialmente, à população. O resultado é a sua situação em todas pesquisas de intenção de votos. Lidera com folga.

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A incerteza das demais legendas, como mostrou a coluna Painel, no último domingo, deixa não só o campo livre para o governador, mas também aponta para a dificuldade de composição de algumas legendas. O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, precisa se desvencilhar das demandas caseiras para ir a campo. Por enquanto, tem resistido às pressões dos marqueteiros e dos apoiadores, que querem vê-lo também andando pelas Gerais para, pelo menos, ser conhecido do eleitorado. Por sua vez, o senador Carlos Viana, do mesmo partido de Kalil, se quer mesmo disputar o Governo, terá que buscar outro partido.

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O prazo de seis meses para filiação se reflete também na formatação das candidaturas ao Congresso e à Assembleia. Na Câmara Municipal de Juiz de Fora, há um expressivo número de vereadores interessados em mudar de patamar, mas ainda avaliam com que partido vão para as urnas. O médico Antônio Aguiar, que iniciou carreira no MDB e migrou para o DEM, tem planos de disputar para deputado estadual, mas ainda não bateu o martelo para seguir o senador Rodrigo Pacheco, agora no PSD.

Os deputados Charlles Evangelista e Delegada Sheila, filiados ao PSL, devem ficar no União Brasil, fruto da fusão do DEM com o PSL, partido pelo qual se elegeram, mas a nova legenda pode ficar sem representação na Câmara, já que os vereadores Julinho Delgado e Luiz Otávio Coelho (Pardal), que também estão no pacote da fusão, não se mostram dispostos a ficar na União Brasil.

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Esses impasses são próprios do jogo político, mas revelam, também, a fragilidade da legislação brasileira, que passa por mudanças frequentes no Congresso, resultado mais de conveniências do que de interesse direto do eleitor.

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