Pelo menos de dois em dois anos, os eleitores têm um acerto de conta com os políticos, pois é a vez do exercício pleno da cidadania na escolha de seus representantes. Hoje, portanto, é a vez do cidadão, o que implica não apenas o simples gesto de comparecer à seção eleitoral mas também de pensar no significado do gesto. A escolha não pode ser pautada em amizades, e sim em programas ou projetos. Nos últimos 45 dias, foi possível ter essa percepção pelos programas eleitorais e pelos eventos – como os debates -, nos quais os candidatos foram convidados a expor suas ideias.
A escolha do prefeito ou do vereador não é um gesto simbólico de preparação para os pleitos nacionais. Ao contrário, tem significados próprios em decorrência do viés peculiar da eleição municipal. Os escolhidos são mais próximos das demandas da sociedade e responsáveis diretos pela gestão das coisas do município. Muitos chegam embasados em propostas sérias, outros, com base em promessas nem sempre factíveis, como se dirigir uma cidade fosse algo simples de autoridade.
Juiz de Fora, com quase 600 mil habitantes, tem muitos desafios que precisam ser enfrentados, mas está longe do caos que muitos indicaram e também distante da perfeição que poderia se pensar. Polo da Zona da Mata, tem importância especial para os que aqui vivem e também para o seu entorno, o que faz do seu administrador não apenas um tocador de demandas locais mas alguém que precisa compreender o espaço regional, a fim de garantir políticas que envolvam outras lideranças.
Durante anos, se discute o desenvolvimento regional, mas todas as conclusões continuam paradas pelo distanciamento dos líderes que pensam apenas no seu espaço, sem entender que a região deve ter um discurso único para se fazer ouvida nos fóruns estaduais e nacionais. Por conta disso, e da necessidade de se olhar para o futuro, é que o eleitor, ao fazer a sua escolha, tem que também pensar além da sua própria rua.