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Recado das ruas

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Considerada ponto fora da curva quando se trata de política, Juiz de Fora volta a se destacar quando os números do Tribunal Superior Eleitoral indicam uma evasão de eleitores jovens. Na média nacional, são 14,53% a menos. Quando se faz a estratificação local, os percentuais passam dos 30%. Há algo a ser avaliado, pois, nas últimas décadas, desde a instituição do direito ao voto na faixa de 16 e 17 anos, as curvas têm sido ascendentes. O mais provável é o desencanto com a política e com os políticos. Os jovens são afetados diretamente pela crise econômica, por estarem exatamente na faixa que ingressa no mercado de trabalho. A falta de espaços e também de perspectiva reflete diretamente nas suas ações, e uma delas é a rejeição.

Aliados ao fator econômico, os anos recentes têm sido marcados por escândalos atrás de escândalos envolvendo agentes de governos e dos legislativos numa clara amostra da corrupção desses dois segmentos, cooptados pela busca do lucro fácil e pelo descontrole do dinheiro público. E, quando operações como a Lava Jato desvendam tais esquemas, os jovens se sentem isentos de ir às urnas para votar em novos personagens que também serão envolvidos por tais tramas.

Mas trata-se de um equívoco exacerbado pelas redes sociais que dia a dia demonizam a política. Em situações como esta, ir às urnas é um exercício cívico em busca de mudanças. Quando se anula o voto ou se abstém em nome do protesto, criam-se facilitadores para eleição dos compradores de votos e que se utilizam de meios pouco republicanos para obter um mandato. Votar é, pois, o único antídoto, desde que a escolha recaia sobre personagens comprometidos com mudança e modernização da práxis política no país. Caso contrário, são poucas as possibilidades de mudanças. Para tais momentos, deve prevalecer a advertência do pensador irlandês, e também político, Edmund Burke: “Para que o mal triunfe, basta que os bons fiquem de braços cruzados”. Não é hora, pois, de omissão.

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