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Os desafios de Lula

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Eleito pela terceira vez presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva tem uma série de desafios pela frente. Um deles é pegar um país dividido, como constataram as urnas de domingo, o que pode lhe consumir boa parte das energias. Em seu primeiro pronunciamento, foi ao tema ao lembrar que, a partir de 1º de janeiro de 2023, será o presidente de 215 milhões de brasileiros, e não apenas dos que o elegeram.

Trata-se de um fato, mas, para conciliar o país, os esforços terão que ser mais objetivos, sobretudo a partir da instância política. Vários parlamentares já anteciparam que serão ferrenhos opositores, o que é do jogo. É necessário, porém, distinguir oposição de gestos radicais, tipo apoiar os caminhoneiros que fizeram um protesto por não aceitarem o resultado das urnas. A associação do setor rejeita tal postura, mas àqueles que assim reagiram é necessário lembrar que a eleição de domingo foi uma vontade soberana da maioria dos brasileiros, e não há qualquer contestação quanto à lisura do pleito.

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Mesmo com todos os esforços, o país terá uma nova realidade, pois a direita, tímida até antes de 2018, mostrou-se forte e atuante e deve manter o mesmo processo pelos próximos quatro anos. A questão a saber é se será com Bolsonaro ou com outros líderes que emergiram das urnas do dia 30 de outubro. Os governadores de Minas, o reeleito Romeu Zema, e o de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que ainda vai tomar posse, serão players do jogo político, cujos times já começam a entrar em campo.

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A esquerda também terá outros desafios. O presidente eleito já antecipou que não será candidato à reeleição em 2026. Quem ficará com seu espólio? O ex-ministro Fernando Haddad, que disputou o Governo de São Paulo, e foi derrotado, já viveu a experiência há quatro anos, quando perdeu para Jair Bolsonaro. E quais seriam os outros

nomes? Perguntas como essa farão parte do debate político que também vai se estabelecer nesse campo.
Uma experiência inicial pode ser vivida em 2024, quando estarão em jogo prefeituras e câmaras municipais. Será uma disputa ao estilo paroquial, cujo resultado, porém, pode apontar não só o papel das lideranças, mas também dos partidos que estarão no jogo nacional.

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Embora aclamado por líderes mundiais, que se apressaram em lhe dar os cumprimentos, o presidente eleito tem informações sobre a crise econômica de dimensões globais, sobretudo ante o impasse no leste europeu, que deve se aguçar no inverno do Hemisfério Norte. Num mundo globalizado, as consequências também se espalham.

No seu discurso inaugural, o ex-presidente Lula também abordou a fome, um tema que lhe é muito caro. Destacou os muitos brasileiros ainda abaixo da linha pobreza que precisam de apoio. Trata-se de um dado real, mas para enfrentá-lo é necessária também uma economia ajustada, capaz de gerar mais emprego e renda.

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Novembro e dezembro, os dois meses antes da posse, e de lua de mel com as ruas, serão emblemáticos, com a formação das equipes que ocuparão os escalões da próxima legislatura. Terão, pois, bastante atenção dos brasileiros.

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