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NINGUÉM LEVA

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Pesquisa Datafolha, publicada pelo matutino “Folha de S. Paulo”, revela que os políticos estão divididos sobre os possíveis processos de impeachment da presidente Dilma Rousseff e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Nem governistas nem oposição têm votos suficientes para levar o caso adiante, indicando que até o fim do ano tudo continuará no mesmo patamar de incerteza e de desgaste. O caso do deputado é mais emblemático, pois indica a miopia dos parlamentares que se recusam a ver o que as provas já indicaram e a opinião pública já consolidou. Como há interesses difusos, ele vai sobrevivendo, embora poucos apostem no seu prazo de validade. Uma coisa é usar prazos regimentais, que ele sabe fazer como poucos, outra é convencer o Ministério Público e o Judiciário de que o dinheiro encontrado na Suíça não tem dono.

O instituto já havia aferido a incredulidade das ruas sobre o desempenho dos políticos. Se as eleições presidenciais fossem hoje, os principais atores políticos teriam mais rejeição do que voto, situação que chama a atenção por não distinguir lados. O eleitor vê com ceticismo tanto as ações da base do Governo quanto da oposição, considerada por ele inapetente no exercício de seu papel. Os dados, porém, não surpreendem, pois a instância política, a despeito de tantos escândalos, continua no mesmo processo de pensar primeiro nos seus interesses. A ocupação de cargos tem sido uma das tarefas prioritárias dos que estão na trincheira oficial, causando a luta fratricida por espaços.

Do outro lado do balcão, o cenário não é diferente, no qual as disputas internas tomam tempo desses personagens, a começar pelo PSDB, principal legenda de oposição, que não mantém um discurso único. Por conta da distante eleição de 2018, seus cardeais atuam de acordo com as circunstâncias, embora mantenham o refinamento das aparências. Os tucanos paulistas, especialmente, a despeito do desempenho do senador Aécio Neves nas urnas, insistem na mudança de nomes, considerando ser o governador Geraldo Alckmin o próximo da fila, mesmo se sabendo que ele, entre todos os que enfrentaram Lula ou Dilma, foi o que teve o pior desempenho.

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