Quando se discute a implantação do Parque Tecnológico de Juiz de Fora, que já tem parte dos recursos alocados, não se trata de mero exercícioespeculativo. A cidade já mostrou que tem capacidade e mão de obra para a sua ocupação, mas depende de novos investimentos para a proposta ir adiante. E tal fato não é para ontem. O projeto já passou por várias etapas e esbarrou no contingenciamento das verbas federais, mas nem por isso saiu das prioridades da UFJF. A questão, porém, é que não se trata de uma ação exclusiva da universidade; há a clara necessidade de ação de outras frentes, especialmente a política, para destravar as demandas ora emperradas na burocracia de Brasília.
Na data em que se comemora o Dia do Trabalho, a cidade dá mostras de suas possibilidades, como a Tribuna destacou na edição de domingo, envolvendo matéria sobre o mercado de TI. O município é referência e tem escolas habilitadas para a formação de profissionais. É hora de colocar em prática ações voltadas para o futuro, o que exige, inclusive, cobrança das demais instâncias de poder. A Secretaria de Estado de Tecnologia tem projetos próprios que estavam previstos para serem implantados em Juiz de Fora. Hoje, em plena capital, estão abrigadas num só espaço várias empresas de tecnologia. O município tem que entrar nessa questão.
O trabalhador do futuro terá um novo perfil e terá inovação como um de seus focos. Para isso, a atualização tecnológica tem que andar de acordo com os novos tempos. A Prefeitura, como foi anunciado na edição da TM, tem planos para captar novas empresas por meio de leis de incentivo. Em tempos de competição com os demais municípios, essa é uma das estratégias que precisam ser colocadas em prática.
Mas, de novo, é fundamental trazer a classe política para a discussão, que não pode ficar presa às mesmices de só pedir ao Governo quando há outras fontes que carecem de sua ação. Somar esforços é o passo fundamental para os municípios. Como polo regional, Juiz de Fora tem que ir à frente do processo de desenvolvimento da Zona da Mata, hoje uma das menos beneficiadas por ações de Brasília e de Belo Horizonte a despeito de sua importância, inclusive estratégica, para Minas.