Tão logo as urnas decidiram, ainda no primeiro turno, o resultado das eleições em Juiz de Fora, a prefeita Margarida Salomão observou que o “sarrafo subiu”. Tal frase a acompanhou durante os últimos meses de 2024 e voltou no seu discurso de posse, quando definiu as demandas de 2025 e as ações prioritárias para a gestão inaugurada no dia 1º de janeiro. Quatro vetores são estratégicos para a cidade por envolverem as áreas de saúde, mobilidade urbana, meio ambiente e infraestrutura.
Para os primeiros cem dias, anunciou ações como a reabertura do Mercado Municipal, como parte do projeto de revitalização da Avenida Getúlio Vargas, a partir do antigo Largo do Riachuelo, agora denominado Praça Clodesdmit Riani.
São muitos os desafios a serem enfrentados e que estarão sob o olho clínico do eleitor, que tem com o que comparar. Quando tomou posse, em 2020, Margarida encontrou um cenário crítico de pandemia. Agora, a segunda gestão começa com uma série de projetos em andamento e outros que precisam sair do papel. Como as urnas falaram, muitos dos pleitos foram prometidos no palanque.
A nova legislatura também traz novidades para a Câmara Municipal, agora com 23 parlamentares e com uma pauta que não se esgota na mudança de sede, que pode ocorrer ainda este ano, mas também, e principalmente, de acompanhamento da gestão municipal. Na posse, a prefeita observou que a cidade é uma construção coletiva, e a Câmara tem papel assertivo nesse processo.
A eleição municipal é fundamental para a comunidade por ser no município onde as coisas acontecem. A despeito de as discussões já envolverem os atores de 2026, com a apresentação de listas de candidatos à Presidência da República e ao Governo estadual, a gestão municipal tem implicações diretas no dia a dia da população. Por isso, quando se tentou nacionalizar o pleito, os eleitores responderam não e destacaram que queriam discutir a pauta municipal. Agora, pois, é hora do fazer.
Entretanto não dá para descartar a discussão para as eleições gerais de 2026, em razão da polarização que se estabeleceu a partir de 2018. Os eleitores, mesmo voltados para a causa municipal, já especulam nomes para o embate nacional, sobretudo ante a possibilidade de os dois players, Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, darem margem para novos personagens. O presidente, que chegará à próxima eleição com 80 anos, deve avaliar cenários envolvendo o atual mandato e a sua saúde. O ex-presidente enfrenta questões na Justiça, estando, hoje, impedido de disputar em 2026. Os jornais nacionais já anunciam a fila de concorrentes, na qual se situa, também, o governador Romeu Zema
Como o jogo pode ficar aberto, especialmente no espectro da direita, os pré-candidatos já estão em campo, o que pode ofuscar o necessário debate municipal. Daí, um olho no debate geral e, prioritariamente, nas demandas municipais.
Cidade enfrenta os seus desafios, mas o eleitor será instado a discutir, também, a pauta de 2026