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A polarização faz mal

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Assunto é recorrente e chama a atenção porque a cada dia esta polarização entre Lula e Bolsonaro – ou esquerda e direita que não existe mais depois da tecnologia e só vale para os interessados – vem atravancando o país. Para ganhar espaço e poder, cada grupo procura radicalizar, se negando a abrir o diálogo, num comportamento que pode agradar os fanáticos e despreparados, mas que afunda o país. E para buscar apoios, cada grupo, mas reconheçamos, em especial a direita, procura se vitimizar para buscar apoio popular.

Esta insistência no ministro do STF, Alexandre de Morais – defendida e contestada por especialistas- em impedir Bolsonaro de ir  à posse de Donald Trump – só fez valorizar o ex-presidente diante de seu grupo. Ao levar sua mulher ao aeroporto para embarcar, junto com um grupo de políticos que participou da solenidade de posse de Trump, Bolsonaro até chorou e se disse constrangido, apresentando-se como vítima de Xandão – apelido do ministro Alexandre de Moraes revelado por Lula.

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Os posicionamentos do ministro, num país onde todos se sentem um pouco “adevogados”, causam muitas discussões e acirramento de ânimos, colocando o Judiciário, em especial o Supremo Tribunal Federal, como centro das crises políticas brasileiras, apontado como culpado pelo acirramento dos ânimos, apesar de se limitar a interpretar e aplicar as leis. Tarefa penosa num ambiente radicalizado, que faz com que suas decisões, mesmo com bases técnicas, sejam vistas como instrumentos de polarização.

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É preciso reconhecer que parte da culpa deste ambiente hostil ao STF resulta de sua própria morosidade em seus julgamentos. Há sim uma demora técnica, com base na lei, mas há uma demora política deliberada, com pedidos de vistas e pareceres demorados, gerando desconforto e criando falsas vítimas. Justiça que demora não é justiça. Lembro que os ministros eram inatacáveis como o ex-ministro Carlos Mário Veloso e hoje a ministra mineira Carmem Lúcia.

É preciso que a legislação seja renovada, eliminando brechas que dão espaço para a postergação de decisões que geram radicalizações. É preciso também que o povo seja mais consciente e não se deixa levar por aqueles que se beneficiam das radicalizações. Justiça, é o que desejamos. E precisamos, para viver em paz.

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