Antes de apurar todos os fatos, checar todas as hipóteses, conferir cada detalhe, não se deve minimizar os fatos ocorridos em Brasília na quarta-feira passada, dia 13, quando bombas foram arremessadas contra a estátua da Justiça diante do STF.
Pode ter sido um fato isolado, como alguns por convicção ou conveniência, acreditam, mas pode ser também a ação de grupos interessados em tumultuar politicamente o país, como no 8 de janeiro. É preciso que tudo seja apurado a fundo como aliás, exigiram Bolsonaro e seus aliados no caso das facadas sofridas pelo então candidato em Juiz de Fora, em ato de campanha. Lá se comprovou tratar de um ato isolado de um maníaco.
Agora o atentado foi mais sofisticado e executado por alguém com ligações político-partidária comprovada o que, é preciso reconhecer, não prova nada. Mas o atentado evidencia falhas no sistema de segurança, especialmente nos serviços de informação, tanto da área federal quanto estadual. Por mais discreto que o catarinense Francisco Wanderley Luiz tenha sido na preparação de seu ato, alguma falha ele deve ter cometido. Outras devem ter cometido nos atos preparatórios finais sem que ninguém registrasse. Enfim, a segurança é falha e isto, bem ao contrário do que muitos articulam, serve sim como argumentam para se combater aqueles que articulam e defendem a anistia aos que idealizaram, organizaram ou simplesmente foram massa de manobra de golpistas nos atos de 8 de janeiro.
Francisco Wanderley se auto puniu ao explodir uma bomba em seu corpo. Os participantes dos atos de vandalismo- atos graves- em Brasília, foram presos e precisam pagar pelo que fizeram, até como forma de desestimular o surgimento de outros Francisco Wanderley. Mas o 13 de novembro nos deixou a certeza de que não adianta apenas punir. É preciso vigilância e inteligência para prevenir. Impedir que aventureiros desvairados saiam às ruas destruindo coisas, matando pessoas. Desestimular que desvairados unem a ingenuidade do povo para buscar nas urnas a proteção de seus atos contra o país.
O atentado em Brasília, praticado por alguém que saiu de Santa Catarina com ele premeditado, deve servir de alerta para as autoridades estaduais. Com o natural arrocho na segurança em Brasília, não será de se estranhar se os atos de violência política se transfiram para os estados.
Esse espaço é para a livre circulação de ideias e a Tribuna respeita a pluralidade de opiniões. Os artigos para essa seção serão recebidos por e-mail (leitores@tribunademinas.com.br) e devem ter, no máximo, 30 linhas (de 70 caracteres) com identificação do autor e telefone de contato. O envio da foto é facultativo e pode ser feito pelo mesmo endereço de e-mail.