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Eles não sabem o que fazem

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Nos instantes derradeiros de sua vida física no planeta Terra, Jesus exclamou do alto da infame cruz, piedosamente: “Pai perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”. Obedecendo ao imediatismo natural do ser humano, pensamos tratar-se da voz e das palavras de um moribundo, protestando contra a sentença irrevogável à qual estava submetido. Esgotada a vida no corpo físico, Jesus retorna à Pátria Espiritual, sem se fazer ausente entre os seus. Fez-se presente junto aos discípulos, ensinando a sobrevivência do Espírito, renovando em cada coração a mensagem de amor ao próximo, ensinando que o calvário materialista em absolutamente nada modificaria a semeadura do bem, mas fazendo necessário que os homens de boa vontade tivessem olhos de ver e ouvidos de ouvir.

Não basta saber escutar as palavras proféticas do Mestre de Nazaré, é desnecessário decorar o Sermão do Monte e muito menos declarar-se devoto desta ou daquela religião. O olho de ver nos convida a enxergar a vida em seu mais profundo sentido de eternidade do espírito, ver na lida individual e diária o papel de cristão, observando no próximo o companheiro de caminhada pelo progresso moral. Ouvidos de ouvir, atentar o sentido íntimo da audição, para as mensagens do Evangelho que a cada instante irrompem dos céus, rasgando a crosta poluída do planeta, penetrando no seio da sociedade tão distraída com as formalidades e aparências.

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É importante socorrer o que sofre, mas não é tudo. Ficar atento às vaidades, aos excessos familiares, às antigas crenças que nos chumbam ao chão, cuidar para não alimentar intrigas pessoais, que ao longo dos milênios só serviram para abafar as lições de amor, perdão e serenidade, ensinadas por Jesus.

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O grão mais promissor não frutificará se coberto de lama e detritos pedregosos. O que fazer então? Necessário é que humanizemos, afastando os instintos rudimentares, e espiritualizemos nossos corações.

Vejamos o exemplo de Saulo, o jovem tarsense, rabino e doutor das leis, preocupado com o que entendia ser erros alheios, mergulhado doentiamente no zelo das discussões das Leis Mosaicas, tornou-se carrasco inclemente em nome do Sinédrio, cometendo os crimes mais hediondos. Até que o Cristo, às portas da cidade de Damasco, perguntou-lhe: “Saulo, Saulo por que me persegues?” A partir daquele momento, o antigo doutor das leis abriu seus olhos e ouvidos; superando a si mesmo, passou a remover todos os detritos que enlameavam sua alma, permitindo que renascesse Paulo de Tarso, o Apóstolo dos Gentios, o homem de olhos e ouvidos abertos ao testemunhar o mais puro e sublime do Cristianismo nascente. Em resposta espiritual aos seus grandes esforços, contrariando todos os arcaicos preceitos religiosos de seu tempo, a humanidade pôde ver o renascer de “um homem novo”.

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Por tempos infindos a sabedoria ministrada por Jesus de Nazaré tem sido sufocada pelas crendices, mitos e ritos inventados pelos homens, chegando ao absurdo de provocarem guerras, morticínios e genocídios em nome de Deus, as chamadas Guerras Santas.
Realmente, nunca foram tão atuais as palavras do Cristo, “eles não sabem o que fazem”. Por isso é necessário na Era do Espírito, esta que vivemos, estudar o Evangelho Segundo o Espiritismo, para que entendamos nosso papel de espíritos encarnados na marcha do progresso que têm Jesus como o Modelo, o Mestre Maior e o único que devemos seguir.

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