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Nossas escolas estão sob ameaça!

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Os ambientes escolares, em todos os níveis da educação formal, devem se constituir de locais seguros e de baixo risco, visando a proteção de nossos estudantes e a adequação pedagógica para a aprendizagem. Recente publicação no jornal Folha de São Paulo, intitulada “Mais de 370 mil alunos das capitais estudam em escolas em áreas de risco” (edição de 09.12.2024, caderno Cotidiano) me levou a divulgar publicamente por essa Tribuna pesquisas recentes que desenvolvi sobre a temática. Uma maneira de extrapolar os muros da universidade, pensei.

Em artigo publicado na revista Formação (v. 28, p. 749-763, 2021), cujo objetivo foi espacializar as escolas de ensino fundamental e médio no centro da cidade de Juiz de Fora, no contexto das ameaças tecnológicas existentes, parti de um mapeamento de riscos tecnológicos já disponível e por mim realizado, no qual foram considerados fatores de risco como avenidas (corredores de risco), ferrovia, postos de gasolina, depósitos de combustível, hospitais, gasodutos e depósitos do exército, no qual foram plotadas as escolas citadas, permitindo a visualização das mesmas nos vários níveis de risco tecnológico mapeados. De um total de 79 escolas identificadas, 31 delas encontram-se em classes preocupantes de risco (altíssimo, alto e médio), estando assim sob diversas ameaças como incêndios, vazamentos de produtos tóxicos e atropelamentos, entre outros, indicando a inadequação locacional dessas escolas.

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Em outra oportunidade, apresentei pesquisa, também em 2021, no I South Florida CongressofDevelopment (Miami, EUA), dessa vez plotando as escolas dos níveis fundamental e médio de ensino, tanto públicas como privadas, sobre um mapa de risco a movimentos de massa (escorregamentos) por mim também realizado. Um total de 163 escolas foi contabilizado na área urbana do município de Juiz de Fora; entre elas, 139 são públicas e 24 particulares. Uma primeira constatação é que, na área central da cidade, só existem níveis elevados de risco a escorregamentos (médio, alto e altíssimo), onde se concentram as escolas privadas. Mas quando observamos toda a área urbana (centro e bairros), vemos que 111 escolas públicas encontram-se em áreas de risco preocupante, mas apenas 24 particulares, confirmando o problema da desigualdade ambiental existente no país como um todo.

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Acredito que nossos governantes devem se debruçar sobre essas questões socioambientais, pois apesar de, no Brasil, nossa cultura não ser de prevenção, sabemos que na realidade vale mais a pena (e os custos de) prevenir do que remediar.

Esse espaço é para a livre circulação de ideias e a Tribuna respeita a pluralidade de opiniões. Os artigos para essa seção serão recebidos por e-mail (leitores@tribunademinas.com.br) e devem ter, no máximo, 30 linhas (de 70 caracteres) com identificação do autor e telefone de contato. O envio da foto é facultativo e pode ser feito pelo mesmo endereço de e-mail.

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