É interessante observar a existência quase folclórica do conflito entre o cientista e Deus. Interessante ver que, raramente, alguém se declara efetivamente ateu. Encontramos não religiosos ou agnósticos. Pensando cruamente e com uma dose de pretensão, ninguém é obrigado a acreditar na existência de Deus. Mas, se o cientista não obedecer às divinas leis que estruturam toda a realidade universal, nada poderá fazer de duradouro. Como afirma Francis Bacon (1561/1626): “A ciência é um ato de obediência a Deus”.
No decorrer da década de 1960, astronautas lançados ao espaço deram voltas na órbita da Terra. Por não verem Deus, concluíram por sua inexistência, o que denuncia a infantilidade materialista. Noutro extremo, encontramos a figura do Deus humanizado e soturno se digladiando contra o gênio do mal, estreitando a ideia do Pai amantíssimo e bom, despindo-o de toda energia criadora, reduzindo-o à mísera condição de guerreiro brutal.
Tudo é muito mais que podem ver os olhares distraídos e orgulhosos, como o fez Willian Crookes (1832/1919). Ao aprofundar-se em seus estudos, descobriu o quarto estágio da matéria, o qual denominou Matéria Radiante. Em seguida, este foi estudado amplamente no berço do materialismo científico, a Universidade de Kirov na Rússia, onde as teses de Crookes foram ampliadas, demonstrando que é verdade a tese de Allan Kardec, ao afirmar que toda realidade é composta de espírito e matéria, sendo o espírito o estruturador do elemento material. Esse é o nó desatado por Kardec: o espírito, nó que os cientistas preferem amputar para não ver, mas que ressurge de tempos em tempos, nas divinas verdades, diante das quais os orgulhosos prepotentes são abatidos. Fatos conhecidos como “quase morte”, crianças superdotadas, curas pela imposição das mãos e tantos outros desmontam, gradativamente, o bolsão materialista.
E hoje, mais que nunca, quando vivemos a Era do Espírito, vencendo os ditames primitivos das superstições e o primarismo materialista, erguemos nossos olhares ao mais alto e reencontramos o Cristo em espírito e verdade, relembrando-nos da nossa filiação divina. Não o Deus guerreiro humanizado. E sim como nos é apresentado por Allan Kardec, na primeira pergunta feita aos espíritos e descrita em O Livro dos Espíritos: “O que é Deus? – É a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”.