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Parque Estadual do Ibitipoca recebe primeiro seminário de pesquisas em novembro

cavernas ibitipoca leonardo costa
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O Parque Estadual do Ibitipoca, localizado em Conceição do Ibitipoca, distrito de Lima Duarte, receberá entre os dias 6, 7 e 8 de novembro o 1º Seminário de Pesquisas. O evento é gratuito e contará com palestras, mesas redondas e atividades práticas sobre a conservação e o manejo sustentável da Unidade de Conservação. Para participar, é necessário fazer inscrição pelo formulário, disponível no Instagram (@seminarioparqueibitipoca). 

Conforme a gerente do Parque Estadual do Ibitipoca, Clarice Silva, o encontro vai traçar um diagnóstico da Unidade de Conservação para subsidiar a revisão do plano de manejo, documento técnico que estabelece normas, diretrizes e estratégias para a gestão dessas unidades. O último foi publicado há 16 anos. A expectativa, segundo ela, é que a atualização seja feita em 2025. 

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“O seminário tem o objetivo de congregar os pesquisadores e suas respectivas pesquisas, realizadas no parque ou em andamento, de forma que possa integrar as áreas temáticas. Além do encontro, que já tem um valor enorme por si só, ele vai subsidiar a revisão do plano de manejo”, afirma Clarice.

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Grutas do parque serão tema do evento

Além das plantas e dos animais do Parque Estadual do Ibitipoca, o estudo das grutas locais também será abordado durante o evento. Até o momento, foram catalogadas e cadastradas 64 cavernas na Unidade de Conservação. O dado faz parte do Projeto Ibititur, que se tornará público durante o seminário.

O espeleólogo, engenheiro geólogo e membro da Sociedade Excursionista e Espeleológica (SEE), Marcelo Taylor, fez parte da pesquisa e será o moderador da mesa redonda “O mundo subterrâneo do Parque Estadual do Ibitipoca”. Segundo ele, a unidade é uma área “riquíssima em grutas” e todo o patrimônio associado a elas.

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“As grutas de Ibitipoca se desenvolvem em quartzitos, enquanto a maioria das grutas ocorrem em calcários”, explica Marcelo. “A maior gruta em quartzito do Brasil está em Ibitipoca, a Gruta do Martimiano II, com 4.170 metros de extensão, assim como a Gruta das Bromélias, a quarta maior do país, com 3.447 metros.”

Desenho encontrado em caverna de Ibitipoca. Uma cabeça humana com chifres, a data 1894 e um peixe ou baleia (Foto Fábio Khaled; realce digital Paulo Rodrigo Simões)

Ele aponta que o potencial do parque é ainda maior, podendo ter mais de 100 grutas. “Das numerosas grutas de Ibitipoca, apenas nove são abertas à visitação pública, de forma controlada e sustentável, pela administração do parque, a partir de um Plano de Manejo Espeleológico, realizado de forma voluntária por diversos especialistas.”

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Para Marcelo, abrir novas grutas para visitação dos turistas é uma possibilidade, mas depende da elaboração prévia de um Plano de Manejo Espeleológico específico, demonstrando a viabilidade e a sustentabilidade dos espaços. 

Quem também vai abordar o assunto durante o seminário é o pesquisador Gilberto Pires de Azevedo, membro do Núcleo de Pesquisas Arqueológicas do Alto Rio Grande e da Sociedade Carioca de Pesquisas Espeleológicas (SPEC). Ele pesquisa as cavernas do parque há cerca de 30 anos e, no evento, vai falar sobre o uso histórico das grutas de Ibitipoca.  

“Minha apresentação vai tentar responder à pergunta ‘Quem andou pelas grutas de Ibitipoca antes de nós?’. Ao entrar numa caverna, estamos penetrando em um espaço que pode ter sido frequentado por muitas outras pessoas, ao longo de séculos. Algumas delas deixaram  vestígios que ainda estão visíveis e que, só agora, estão começando a ser identificados e entendidos”, afirma Gilberto. 

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Gilberto Azevedo examinando um antigo objeto de madeira (almofariz, ou pilão) encontrado em uma das grutas de Ibitipoca (Foto: Alenice Baeta)

Ele explica que é comum encontrar sinais de acampamento e fogueiras em grutas, que podem ter sido deixados por caçadores, turistas, viajantes, quilombolas, fazendeiros e, até mesmo, eremitas. “Mas o que já encontramos em Ibitipoca vai além, mostrando também a presença de antigos exploradores, militares e místicos. Na apresentação, vamos dar uma visão geral do que já se descobriu, do que já foi possível entender e do que ainda desafia a nossa compreensão.”

Os eventos sobre as grutas, que acontecem na quinta-feira (7) na parte da tarde, terminam às 16h com um passeio guiado pela Gruta dos Coelhos, uma oportunidade de ver na prática os estudos realizados nas cavernas da região.

Confira a programação

Quarta-feira (6/11)

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Quinta-feira (7/11)

Sexta-feira (8/11)

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