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Polícia desmonta suposto abatedouro clandestino em Bicas

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Em atendimento a uma denúncia de cativeiro de aves da fauna silvestre, uma equipe do 1º Pelotão de Polícia Ambiental de Juiz de Fora fez uma abordagem em uma residência localizada na Rua Coronel Juvenal Ferreira Marques, no Centro de Bicas e acabou encontrando um boi abatido de forma clandestina, além de quatro aves. Os pássaros foram apreendidos e devem ser encaminhados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). O suspeito dos crimes, um idoso de 65 anos, foi preso, e a carne do boi deve ser descartada em aterro sanitário. O local foi interditado.

Carne de boi abatido foi encontrada no local, além de quatro pássaros silvestres (Foto: Divulgçaão PM)

De acordo com o comandante do 1º Pelotão de Polícia Ambiental de Juiz de Fora, tenente Júlio César de Almeida, ao ver as viaturas, o proprietário tentou fugir pelos fundos da edificação. Os policiais fizeram um cerco e conseguiram capturá-lo. Foi verificado, então, que havia quatro pássaros da fauna brasileira presos no local: um corrupião, um trinca-ferro, um azulão e um coleirinho.

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Verificando outros cômodos, os oficiais encontraram o boi abatido em um local insalubre. “Estava muito sujo, tinha muitas moscas e não tinha qualquer traço de higiene. O responsável é reincidente. Ele já tinha uma inscrição no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), por violação semelhante”, detalhou o tenente Almeida.

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Ele destacou ainda que há indícios de outras irregularidades. O animal pode ter sido furtado ou roubado, porque embora o autor tenha alegado a compra por R$ 2 mil, não tinha qualquer recibo ou comprovante da negociação, ou qualquer documento que atestasse a procedência do bovino. A carne, segundo o infrator, seria distribuída em Bicas. O suspeito foi encaminhado para a Delegacia de Juiz de Fora e deve pagar multa, que ainda terá o valor calculado.

Local não tinha registro para abate

De acordo com o fiscal agropecuário do IMA, Luciano Buga, que também é médico veterinário, não há qualquer registro do estabelecimento para realizar o abate, o que está em desacordo com a legislação sanitária. “Quando encontramos um abate clandestino como esse, percebemos que o animal não foi verificado em vida. E há doenças que só são detectadas no animal vivo, como a raiva, a brucelose, entre outras.”

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Luciano explica ainda que a ação não teve acompanhamento de médico veterinário, e há sinais de lesões internas no boi abatido, que podem causar doenças que venham a ser transmitidas ao homem, chamadas de zoonoses, como a tuberculose e a cisticercose, entre outras. Além disso, há também o dano pelo não pagamento dos impostos.

Riscos

O fiscal orientou que a população denuncie casos como esse. “Se a carne estiver barata demais, com aparência irregular, seja a coloração, ou algum outro aspecto, como excesso de sangue, há indícios de abate clandestino. São sinais de que esse animal não foi sangrado da maneira correta, como é feito no abate regularizado.”

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Luciano ainda explica que essa carne costuma ter uma duração menor e pode representar muitos riscos ao consumidor, não só pela possibilidade maior de contaminação, mas também por conta das doenças que podem ser transmitidas. As denúncias podem ser encaminhadas não só para a polícia, mas também para a Vigilância Sanitária, para o IMA ou para o Ministério da Agricultura.

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