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Construção de capela mortuária em Manejo causa polêmica

capela mortuaria manejo1 Marcia Delgado Divulgacao
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A localização da nova capela mortuária em Manejo tem gerado embate entre os moradores do distrito e a Prefeitura de Lima Duarte, a cerca de 63 quilômetros de Juiz de Fora. De acordo com Márcia Delgado, moradora do distrito e uma das lideranças do movimento, a polêmica começou quando o terreno da antiga capela foi destinado à construção de uma escola municipal, uma demanda antiga daquele município. A partir daí, começaram as discussões sobre a nova área para sediar o equipamento.

A comunidade de Manejo, segundo Márcia, pediu que a construção acontecesse ao lado da Igreja Católica do distrito. Conforme a moradora, a Prefeitura teria prometido que enviaria, através do pároco, uma proposta ao arcebispo metropolitano, para a construção da capela mortuária no terreno da Igreja, mas a ação não teria avançado. Segundo o Executivo, “as exigências feitas pela Igreja não eram vantajosas para o município. Sendo impossível a realização no local solicitado, e em diálogo com a comunidade, o processo de licitação para construção da capela mortuária foi realizado”.

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Procurada, a Arquidiocese de Juiz de Fora, por meio de sua assessoria, informa que recebeu pedido da Prefeitura de Lima Duarte, para a construção de uma capela mortuária em um terreno que pertence à Paróquia Nossa Senhora das Dores, de Lima Duarte. “Respondemos este pedido com tratativas, porém não tivemos resposta oficial da Prefeitura local.” O posicionamento é que a Igreja está sempre aberta ao diálogo, com quaisquer entidades.

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Em protesto contra o local escolhido para a construção da capela, população tem coletado abaixo-assinado e realizado atos, na tentativa de reverter a situação (Foto: Márcia Delgado)

O imbróglio entre as partes se arrasta desde o ano passado, quando a Prefeitura bateu o martelo: a construção aconteceria em terreno próprio do município. A razão pela qual a comunidade é contrária à construção no novo endereço é que a vizinhança é compartilhada por bares, campo de futebol, praça e associação de moradores, onde são realizados eventos festivos. “Há cerca de um mês, uma pessoa estava sendo velada na associação e havia uma apresentação de música em um bar na praça”, conta Márcia, para ilustrar a contraposição entre o clima de festa e o respeito ao luto.

A Prefeitura, no entanto, alega que a proximidade com casas e com a praça traria mais segurança aos entes da pessoa velada, na hipótese de velório durante a noite, por exemplo. Ainda por meio de sua assessoria, o Executivo reiterou o diálogo com a comunidade desde o início, inclusive com a realização de reuniões. O posicionamento é que, na falta de consenso, o interesse público precisou ser considerado e que a escolha pelo local reafirma um compromisso com os cofres públicos.

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Obra deve ser concluída em junho

Oficialmente, a obra teve início em março, e a previsão é que a conclusão aconteça em junho, sob o custo estimado de R$ 180 mil aos cofres públicos. Apesar do início dos trabalhos, os moradores seguem buscando apoio em outras frentes. No último dia 15, uma comissão foi recebida por representantes da Câmara de Lima Duarte durante reunião ordinária. O presidente da Casa, vereador Fábio Vieira, afirma que enviou ofício a Prefeitura de Lima Duarte e Igreja, para apurar a situação. Como eleitor e cidadão, como fez questão de pontuar, o vereador avalia que seria melhor que a capela ficasse próxima ao templo do distrito. A população também tem coletado abaixo-assinado por meio das redes sociais, além da realização de protestos no local da obra na tentativa de reverter a situação.

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