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Empresários do Polo Moveleiro de Ubá temem consequências da pandemia

uba moveis itatiaia
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Com aproximadamente 300 empresas de móveis, gerando cerca de 13 mil empregos diretos, empresários do Polo Moveleiro de Ubá temem pelos impactos econômicos provocados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) na região da Zona da Mata e em todo o Brasil. Desde a última terça-feira (24), conforme decreto da Prefeitura de Ubá, município distante cerca de 82 quilômetros de Juiz de Fora, está determinada na cidade a suspensão das atividades comerciais e industriais, pelo prazo de 15 dias. A medida está dentro das providências que considera o agravamento do estado de atenção em que se encontra a população brasileira e a necessidade de medidas preventivas urgentes de saúde pública contra o avanço do coronavírus.

Mas, na quarta (25), a Comissão Intersetorial de Monitoramento da Situação de Emergência em Saúde da cidade estabeleceu a permissão para funcionamento parcial de algumas atividades industriais de apoio administrativo. Todavia, manteve suspensa a atividade de produção industrial. A deliberação autoriza o funcionamento de parte da cadeia produtiva das indústrias, desde que adotadas algumas medidas. Estão liberados a funcionar, nas indústrias, os setores de vigilância, limpeza e manutenção, serviços contábeis, financeiros e de pessoal, carga e descarga de insumos e manutenção de mecânica.

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Para adotar o funcionamento, as indústrias precisarão tomar algumas medidas, entre elas comunicar ao Centro de Referência de Saúde do Trabalhador (Cerest) quais setores estarão em funcionamento, além de nomes e cargos dos funcionários em atividade. Além disso, deverão adotar ações de prevenção ao contágio pela Covid-19, como intensificação das ações de limpeza, disponibilização de álcool e equipamentos de proteção individual aos trabalhadores e assegurar distância mínima de dois metros entre os colaboradores, entre outras.

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‘O rombo está feito’

Em razão da suspensão das atividades de produção nas indústrias e no comércio, o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá (Intersind), Áureo Barbosa, tem o receio de que a crise iniciada na saúde se transforme em uma tribulação ainda maior na área econômica. “O rombo está feito. Só não sabemos o tamanho dele, mas será muito grande. Não podemos aceitar um país parado”, afirma de forma enfática, acrescentando: “A Prefeitura de Ubá decretou a paralisação da atividade industrial no município e não temos como fazer outra coisa senão acatar. Considero que nenhuma atividade que gera economia deveria ter parado”, ressalta Barbosa.

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De acordo com ele, havia uma recuperação do setor, que vinha caminhando, positivamente, desde 2019, o que inspirava confiança nos empresários. Ainda como pontua Barbosa, cerca de 17 mil pessoas vinham se beneficiando com os empregos gerados pelo polo de forma direta, e outras dez mil, indiretamente. “O maior estrago é que todo esse pessoal poderá ficar sem renda. Nós, empresários do ramo, queremos que a economia gire, porque não há outra forma de geração de recurso sem trabalho”, avalia o presidente do Intersind sem descartar a possibilidade de demissões e fechamento de fábricas.

Na opinião dele, o trabalho não pode ser paralisado, e só as pessoas que apresentarem debilidade devem ser encaminhadas para o isolamento. “Não existe estratégia sem indústrias funcionando e o comércio parado, pois dinheiro não cai do céu. É preciso continuar com as atividades econômicas e salvaguardar a vida das pessoas que apresentarem problema.”

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‘Toda empresa precisa vender para faturar’

O Polo Moveleiro de Ubá é considerado o maior de Minas Gerais e um dos principais do Brasil. É formado pelos municípios de Ubá, Guidoval, Piraúba, Rio Pomba, Rodeiro, São Geraldo, Tocantins e Visconde do Rio Branco. A cidade de Ubá tem localização privilegiada na Zona da Mata, pois oferece fácil acesso a importantes mercados consumidores do país, como Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.

Para o empresário Leonardo Lopes, proprietário da Cel Móveis, que atua no ramo há 24 anos e tem, atualmente, cerca 150 empregados diretos e terceirizados, a situação resultante da pandemia é preocupante. “Toda empresa precisa vender para faturar e cumprir seus compromissos e seguir funcionando. Mas, estamos de diante de uma reação em cadeia, pois, primeiro, foram fechadas as lojas, e o lojista ficou sem cliente e não terá faturamento para pagar o que nos comprou no passado, nem vai comprar para frente”, observa o empresário, que realiza vendas para todo o Brasil.

Segundo ele, com a suspensão da produção, muitas empresas paralisaram as atividades sem estoque de produto acabado e, quando voltar, terão que começar do zero. “É angustiante, pois será que vou vender e será que meu cliente terá como me pagar? Estamos muito preocupados e, na parte social, a preocupação é manter os empregos. Temos funcionários antigos e que vestem a camisa, mas, em um momento deste, não é descartada a demissão em última hipótese, porque, para salvar uns, terão outros que ser sacrificados. Estamos paralisados, respeitando as leis, mas temendo que o reflexo disso será muito mais grave.”

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