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Prefeitura de Muriaé esclarece terceiro tremor de terra em 5 dias

muriae Silvan Alves
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Moradores do município de Muriaé, a cerca de 160 quilômetros de Juiz de Fora, foram surpreendidos por três tremores de terra ocorridos em um intervalo de cinco dias. Assustados, eles fizeram cerca de 400 ligações à Defesa Civil no período. O último abalo sísmico aconteceu no início da madrugada de terça-feira de carnaval (25), atingindo 1.9 na escala Richter. Este foi mais fraco que os dois tremores ocorridos na última sexta-feira – um de 2.2 e outro de 2.4, mas teria sido sentido mais intensamente pela população, “possivelmente em virtude da profundidade onde o abalo sísmico ocorreu em relação à superfície”, esclareceu a Prefeitura em nota divulgada na terça.

As informações foram obtidas pelo Executivo junto a dois profissionais especializados: o geógrafo Márcio Malafaia Filho, que é muriaeense e atualmente faz pós-doutorado em Ciência do Sistema Terrestre pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e o técnico do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), José Roberto Barbosa, que possui 40 anos de experiência na área. Eles explicaram que os tremores de terra em Muriaé provavelmente estão sendo provocados por acomodação natural das rochas que formam a crosta terrestre. No entanto, não há como prever se novos abalos vão ocorrer.

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De acordo com o agente de Defesa Civil da cidade, Raphael Anselmo, nas cerca de 400 ligações recebidas, os moradores relataram a ocorrência de estrondos e tremores. “Nunca tivemos registros antes”. Ainda segundo ele, em três dos telefonemas foram informadas a existência de trincas e/ou rachaduras em imóveis. “Vamos começar a realizar as vistorias solicitadas amanhã, mas não vamos saber precisar se os problemas foram causados pelos abalos.”

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Conforme o técnico em sismologia da USP, “é inegável que está havendo atividade sísmica, felizmente de tremores pequenos e dentro da média que ocorre em território nacional, que não causam grandes problemas, além do susto.” Para a Prefeitura, “eventos como esses evidenciam a carência que o território brasileiro tem sobre o monitoramento contínuo de diversos fenômenos ambientais.”

O Executivo municipal informou que vai solicitar à Coordenadoria Estadual de Defesa Civil a visita de um técnico especializado em Muriaé, a fim de realizar os estudos pertinentes ao evento. Em caso de necessidade, a população pode acionar a Defesa Civil pelo celular de plantão: (32) 98826-9846.

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Escala Richter

A escala Richter foi criada em 1935 pelo sismólogo estadunidense Charles Richter, integrante do Instituto de Tecnologia da Califórnia. A medida é iniciada no grau zero e é teoricamente infinita, embora nunca tenha sido registrado um terremoto igual ou superior a 10 graus na escala. Para exemplificar, um tremor de magnitude 6 produz efeitos dez vezes maiores que outro nível 5 e já é capaz de provocar danos mesmo em edifícios bem estruturados. Acima de 6, os efeitos podem ser bem devastadores. Abalos sísmicos inferiores a 3,5 graus são mais difíceis de serem notados, mas não foi o que aconteceu em Muriaé, já que centenas de pessoas recorreram à Defesa Civil após sentirem os tremores.

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