O Ministério da Saúde (MS) informou, nesta quinta-feira (25), que 521 municípios brasileiros vão receber vacinas a partir de fevereiro para iniciar a campanha de imunização contra a dengue através do Sistema Único de Saúde (SUS). As cidades da Zona da Mata de Minas Gerais, no entanto, não estão entre os municípios da lista. Até o momento, apenas 22 cidades mineiras devem receber o imunizante. De acordo com informações divulgadas pelo Governo federal, as regiões priorizadas são aquelas consideradas endêmicas para a doença.
De acordo com o MS, os municípios mineiros que serão contemplados neste lote de doses são Coronel Fabriciano, Timóteo, Pingo-d’Água, Antônio Dias, Marliéria, Santa Maria de Itabira, Jaguaraçu, Dionísio, Córrego Novo, Belo Horizonte, Ribeirão das Neves, Sabará, Santa Luzia, Nova Lima, Caeté, Rio Acima, Jaboticatubas, Raposos, Belo Vale, Moeda, Nova União e Taquaraçu de Minas.
As 37 regiões endêmicas selecionadas atendem três critérios, conforme divulgado pelo Ministério da Saúde: são formadas por municípios de grande porte, com mais de 100 mil habitantes; registram alta transmissão de dengue no período 2023-2024; têm maior predominância do sorotipo DENV-2. Esse total engloba 16 estados e o Distrito Federal.
Juiz de Fora
Conforme publicação da Tribuna desta quarta-feira (24), ao longo das três primeiras semanas de 2024, Juiz de Fora registrou 152 casos prováveis de dengue. O número representa um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano passado, quando a cidade havia contabilizado sete casos da doença. Segundo o Ministério da Saúde, apenas nos primeiros 15 dias do ano, foram 55.859 registros de dengue no Brasil, com seis mortes, mais do que o dobro de casos do que os contabilizados nos 15 primeiros dias de 2023.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Juiz de Fora voltou a reforçar que “segue sendo a cidade com o menor número de casos entre as dez maiores cidades de Minas Gerais”. “A Prefeitura segue reforçando a vistoria dos imóveis, desenvolvendo ações de educação em saúde e sensibilização da população, para eliminação e cuidado com os possíveis criadouros do mosquito. Assim como em todo o estado, houve um aumento no número de casos em relação ao ano anterior devido a uma maior circulação da doença. Seguimos, mesmo assim, com números bem abaixo das médias históricas e no comparativo com outros municípios do mesmo porte”, informa a Prefeitura.
Já a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) disse, também por nota, que aguarda informações do Ministério da Saúde quanto à data e ao número de doses que serão recebidas da vacina contra a dengue. “De acordo com o órgão federal, os critérios para definição dos municípios que receberão as doses seguiram as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização e da Organização Mundial de Saúde.”
Primeiro público-alvo
O MS também confirmou que serão vacinadas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, que pertencem a faixa etária que concentra maior número de hospitalizações por dengue, com cerca de 16,4 mil hospitalizações de janeiro de 2019 a novembro de 2023 no Brasil. O grupo está atrás apenas dos idosos, para quem a vacina não foi autorizada a ser distribuída.
“A definição de um público-alvo e regiões prioritárias para a imunização foi necessária em razão da capacidade limitada de fornecimento de doses pelo laboratório fabricante da vacina. A primeira remessa com cerca de 757 mil doses chegou ao Brasil no último sábado. O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela farmacêutica”, foi afirmado, através de nota. “Outra remessa, com mais de 568 mil doses, está com entrega prevista para fevereiro. Além dessas, o Ministério da Saúde adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024: 5,2 milhões de doses. De acordo com a empresa, a previsão é que sejam entregues ao longo do ano, até dezembro. Para 2025, a pasta já contratou 9 milhões de doses.”
Esquema vacinal contra dengue
A imunização contra a dengue conta com um esquema vacinal de duas doses, com intervalo de três meses entre elas. A Qdenga, produzida pelo laboratório Takeda, foi incorporada ao SUS em dezembro do ano passado, após análise da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).