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MP acompanha investigações sobre morte de escrivã de Carandaí

escrivã Rafaela Drumond
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“Eu já estou me sentindo ameaçado, e toda minha família. Estou pedindo pelo amor de Deus ajuda. Preciso que o Governo interceda, quero segurança”, desabafa o pai da escrivã Rafaela Drumond, 31, em vídeo divulgado nas redes sociais, no qual o pai teme que o caso da filha morta “vire igual ao da Marielle (Franco)”, em referência à falta de esclarecimentos sobre o homicídio da vereadora executada a tiros dentro de um carro no Rio de Janeiro, em 14 de março de 2018.

O pai da escrivã que atuava na Delegacia de Polícia Civil de Carandaí, a cerca de 130 quilômetros de Juiz de Fora, protestou quarta-feira (21) na Praça Sete, em Belo Horizonte, cobrando agilidade nas investigações e a entrada do Ministério Público da capital no caso, para garantir imparcialidade. Questionado nesta quinta, o MPMG informou que instaurou procedimento administrativo, por meio do qual acompanha os trabalhos de apuração da Polícia Civil. “Após a finalização das investigações, o MPMG irá analisar as conclusões do inquérito policial e determinar as medidas cabíveis.”

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Também nesta quinta, a Polícia Civil de Minas Gerais reforçou que as investigações estão em andamento, com o objetivo de esclarecer os fatos e todas as suas circunstâncias. “Mais informações serão amplamente divulgadas após a conclusão de todos os procedimentos de polícia judiciária.” A instituição instaurou procedimento disciplinar e inquérito, e a Corregedoria também está no caso, já que o Sindicato dos Escrivães de Polícia do Estado de Minas Gerais (Sindep/MG) recebeu denúncias, inclusive com áudios e vídeos gravados por Rafaela, sobre diversos tipos de assédio no trabalho.

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A escrivã morreu com um disparo na cabeça, na casa dos pais, no município de Antônio Carlos, no Campo das Vertentes, no último dia 9. A ocorrência foi registrada como suicídio, mas as motivações são investigadas em decorrência das denúncias de assédio.

No dia da missa de sétimo dia, em Barbacena, o Sindep/MG convocou todos os escrivães para um “ato de seis horas de silêncio“, em homenagem à colega policial. Diante da repercussão do caso, o sindicato tem alertado os policiais sobre crimes de assédio e cobrado providências. A entidade divulgou o e-mail (sindepjuridico@gmail.com) e o WhatsApp (313566-3182) para quem tiver mais informações sobre a ocorrência. Denúncias anônimas também podem ser feitas na página www.sindepmg.org, na aba “fale conosco”. “Infelizmente esse não é um caso isolado”, enfatiza o Sindep, sobre a necessidade de o Estado encarar a saúde mental dos profissionais de segurança como prioridade.

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