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Polícia Federal desmantela quadrilha envolvida em assaltos a agências dos Correios

delegado capa

(Foto: Leonardo Costa)

Atualizada às 20h12
“Conseguimos materializar vários delitos ocorridos e apontar com firmeza e evidência autores de crimes”, disse o delegado Ronaldo Guilherme Campos (Foto: Leonardo Costa)
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A Polícia Federal desarticulou uma associação criminosa especializada em assaltos contra dezenas de agências da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos no Campo das Vertentes, na Zona da Mata e no Sul de Minas. Dezesseis pessoas foram presas e 26 mandados de busca e apreensão foram cumpridos durante a operação Falco Peregrinus. Até o fechamento desta edição, policiais federais estavam empenhados na captura do 17º suspeito, já identificado. Os policiais ainda prenderam em flagrante dois homens e apreenderam um adolescente. Todos os envolvidos têm, no máximo, 30 anos e foram capturados nas cidades de Viçosa e Ervália, a cerca de 170 quilômetros de Juiz de Fora.

As investigações tomaram forma em março de 2017, quando foi instaurado inquérito para apurar um episódio ocorrido na cidade de Senhora dos Remédios, na Zona da Mata. Na ocasião, três bandidos armados renderam funcionários da agência e fugiram com dinheiro, cujo valor não foi divulgado. “Ao início de 2016 foi verificado que havia recorrência destes crimes, tendo as agências por alvo. A partir daí foram recolhidas informações e análise do material para comparação de provas científicas. Foi possível identificar este grupo, monitorado há, pelo menos, um ano. Diante disso, conseguimos materializar vários delitos ocorridos e apontar com firmeza e evidência autores de crimes, o que permitiu à Justiça decretar a prisão dos investigados”, garantiu o chefe da Delegacia de Polícia Federal de Juiz de Fora, Ronaldo Guilherme Campos.

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O delegado acrescentou que os investigados são suspeitos de crimes como homicídio, porte ilegal de armas de fogo de uso restrito, tráfico de drogas e associação criminosa. A estimativa é que o grupo tenha gerado um prejuízo direto de R$ 3,7 milhões. Não há indícios de envolvimento de funcionários dos Correios nos crimes.

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A quadrilha agia utilizando o mesmo modus operandi, e, a forma como elaborava o roubo, tornava ainda mais difícil a identificação dos integrantes. “Os assaltantes tinham expertise devido à prática recorrente destes crimes. Eles trocavam posições e tarefas dentro do grupo de modo a atrapalhar a identificação. Ora agiam dando fuga em motos, ora empunhando a arma, ora retirando os valores dos caixas. Eles não tinham um chefe, daí a dificuldade de identificá-los”, explicou Campos.

Apurações

As apurações irão prosseguir, uma vez que há indícios da participação de outras pessoas. “Estamos coletando, com ordem da Justiça, material biológico dos presos de forma que isso possa ser comparado para identificar esses autores em outros delitos. Vamos coletar novas evidências e esclarecer outros fatos criminosos correlacionados.”

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Participaram da manobra 86 policiais militares da 4ª Região, além de 94 policiais federais, grupos táticos especializados, viaturas e aeronave. Se os suspeitos forem condenados, a pena de alguns indiciados poderá superar os 30 anos de reclusão. Foram apreendidos 1,5kg de maconha, uma arma de fogo, rádios comunicadores, smartphones, dois veículos de modelo não informado além de objetos e documentos.

As ordens judiciais foram expedidas pelas subseções da Justiça Federal em São João del-Rei, Juiz de Fora, Belo Horizonte e Viçosa. Os presos na operação foram encaminhados para o presídio de Viçosa. Falco Peregrinus é uma referência ao nome científico da ave falcão peregrino, utilizada nas duas grandes guerras mundiais para atacar e interceptar os pombos-correios utilizados pelos exércitos para levar as mensagens mais importantes.

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