O comando do 21º Batalhão de Polícia Militar (BPM) se reuniu, nesta terça-feira (21), em coletiva de imprensa junto a representante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Bruno Costa, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), para detalhar a prisão de Cocão, um dos líderes do tráfico mais procurados de Ubá.
O homem possuía sete mandados de prisão e é acusado de uma série de homicídios na região de Ubá conhecida como Corte Grande, que engloba os bairros Luz, Agroceres, Cristal e Solar. De acordo com o comandante do 21º BPM, tenente coronel Jovanio Campos Miranda, os militares estão no encalço de Cocão desde 2021. “Ele era um alvo constante nosso. A gente tem informação da participação dele em diversos homicídios na cidade, principalmente para dominar pontos e comercializar drogas, que é o principal objetivo da sua organização.”
Em janeiro de 2023, ele chegou a alvejar um policial militar durante operação. O agente sobreviveu graças ao colete a prova de balas. Foragido, Cocão foi para a cidade do Rio de Janeiro, onde ficou até meados deste ano. “Ficamos monitorando este indivíduo lá basicamente o ano todo e, no mês passado, tivemos a certeza de que ele teria retornado para Ubá, quando ele participou de um tentativa de homicídio alvejando um integrante da sua organização, por suspeita de que o homem estivesse repassando informações para a polícia.”
Os militares identificaram que Cocão estava em uma residência na região do Corte Grande e deram início a operação na quinta-feira (16). Quando os policiais abordaram o foragido em sua casa, ele fugiu para a mata, acompanhado de um comparsa. A partir da fuga, teve início um processo de cerco que durou três dias. “Foi uma operação ininterrupta, avançando na mata, para identificar o local em que ele estava.”
Passados três dias de ações, um carro, ocupado por duas pessoas, se aproximou do local para realizar o resgate de Cocão. Nesse momento, a PM identificou o veículo e partiu para a abordagem. “O parceiro do Cocão resistiu e efetuou disparos. Os policiais revidaram para garantir a própria segurança e atingiram o Cocão no pé e o comparsa na região da canela.”
- Leia mais sobre Juiz de For aqui.
Quatro presos na operação
No total, quatro pessoas foram presas na operação. Além de Cocão e o comparsa, os ocupantes do carro – um homem e uma mulher – foram detidos. No interior do veículo, foram apreendidos armas de fogo e munições de grosso calibre, sendo uma espingarda e oito munições calibre 12, três revólveres 38, outras 66 munições 9 milímetros e ainda 29 calibre 40, além de 308 pinos de cocaína e uma barra e meia de maconha.
O comandante Jovanio ainda destacou o trabalho da PM na operação. “Enquanto comandante do batalhão, gostaria de ressaltar que foi uma operação muito dispendiosa, de desgaste físico e emocional. Foi uma ocorrência que durou quase quatro dias, com policiais que ficaram mais de 48 horas acordados, correndo atrás.” Além da PM e do Gaeco, também estavam presentes o Batalhão de Operações Especiais (Bope), o Grupo de Operações com Cães (Rocca) e o Comando de Aviação do Estado (Comave).