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PM acusado de matar ex-mulher é preso em BH, onde buscava documento falso

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O soldado Gilberto Ferreira Novaes foi preso na tarde desta quinta-feira próximo a um shopping popular, na região central de Belo Horizonte. Ainda não se sabe onde ficará preso (Foto: Polícia Militar/Divulgação)
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Depois de cinco dias em fuga, o policial Gilberto Ferreira Novaes, 35 anos, suspeito de assassinar a tiros a ex-companheira e sequestrar a filha do casal, 4, foi capturado em Belo Horizonte. A prisão ocorreu na tarde desta quinta-feira (19), por volta das 15h, nas proximidades de um shopping popular, no Centro da capital mineira. Ele estava junto da criança, que ficou sob a tutela da PM até a chegada dos familiares. Segundo a corporação, o militar estava na cidade em busca de documentos falsos. A criança não apresentava ferimentos, passa bem e recebe ajuda de psicólogos da PM. O militar estaria inconformado com o fim da relação com Sthefania Parenti Ferreira Novaes, de 29 anos, morta com três perfurações à bala no tórax e abdômen no último sábado, no município de Santos Dumont, que fica distante cerca de 50 quilômetros de Juiz de Fora. O crime bárbaro chocou a população daquela cidade, que tem aproximadamente 50 mil habitantes.

O serviço de inteligência da PM conseguiu identificar que o suspeito iria a BH e, em trajes civis, conseguiram detê-lo. Não se sabe ao certo quanto tempo o suspeito teria passado na cidade, mas acredita-se que estava no lugar há, pelo menos, uma noite quando esteve hospedado em um motel no Bairro Belvedere, região Centro-Sul. As apurações também vão identificar como a menina entrou no local.

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“A polícia agora averigua esta informação, e não podemos atestar o tempo em que ele se encontra em Belo Horizonte. O que temos é que ele viria aqui para buscar documentação falsa, fazer contatos e tentar o anonimato para sua saída do estado. As investigações ditarão qual era o objetivo dele”, afirmou o major Flávio Santiago, chefe da assessoria de imprensa da Polícia Militar de Minas Gerais. A reportagem conversou com a avó materna da menina, Elaine Parenti, no momento em que ela seguia com sua irmã para BH onde teria o tão esperado reencontro. Com poucas palavras, ela resumiu o alívio em meio à dor da perda da filha. “Eu estou muito feliz. Agora minha filha irá descansar em paz. Está sendo feita justiça.”

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A prisão do soldado ocorreu devido ao trabalho do serviço de inteligência da PM. Desde a data do crime, um alerta foi emitido em todo o estado, e militares foram mobilizados na busca. Pessoas também colaboraram com informações pelo 181 e 190. O soldado estava com um mandado de prisão em aberto. Policiais descaracterizados realizaram a captura. “Desde o acontecimento dos fatos, a PM não descansou para fazer a prisão do autor do homicídio e a recuperação da criança. Fazíamos o monitoramento em nível de inteligência para saber exatamente como fazer a prisão. A PM fez a aproximação e conseguiu realizar a captura com a máxima tranqüilidade”, afirmou o major Santiago. A polícia ainda procura a arma e o carro utilizados no crime. O automóvel teria sido pego emprestado de um amigo.

A fuga do policial e o caminho por ele percorrido ainda serão investigados. Ao ser preso, segundo a PM, o soldado alegou problemas psicológicos. Ainda não há informação sobre para qual cidade o suspeito será encaminhado. Sabe-se, no entanto, que, por se tratar de um militar, ele irá permanecer em um estabelecimento prisional da corporação até que ocorra o processo de exoneração.

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O crime

O crime violento aconteceu no fim da noite de sábado (14) no Bairro Córrego do Ouro, em Santos Dumont, quando o policial teria aproveitado a chegada de um motoboy à residência da ex-companheira para conseguir entrar no imóvel. Gilberto Ferreira teria saído do interior de um carro estacionado próximo já com uma arma de fogo nas mãos e ameaçado um jovem, 24, que abriu o portão para receber a entrega do lanche. O homem saiu do interior de um carro estacionado próximo já com uma arma de fogo em punho e ameaçando o rapaz. Em seguida, subiu as escadas de acesso à casa e abriu fogo contra a ex-mulher.

O jovem teria tentado ir atrás do atirador, mas recuou ao ouvir os disparos e se abrigou atrás de um poste na rua. Logo após o crime, o suspeito saiu do imóvel com a filha no colo e embarcou no veículo. De acordo com o Registro de Eventos de Defesa Social (Reds), pessoas tentaram impedir que ele levasse a criança, mas foram ameaçadas e não conseguiram detê-lo. O homem arrancou com o veículo em direção a um Bairro da Zona Rural da cidade. A vítima foi encontrada agonizando, mas o óbito foi confirmado ainda no local.

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Pedido de proteção

O casal teria se separado recentemente, mas, inconformado com o término do relacionamento, o policial insistia para voltar. Ele usava números diferentes para que ela conversasse com ele. As ameaças do ex-marido seriam constantes, por meio de mensagens via Whatsapp e pessoalmente, motivo pelo qual pediu proteção à polícia. Várias ocorrências foram registradas anteriormente pela vítima, como afirmou o comandante da 63ª Companhia de Santos Dumont, major Nélio Condé. A PM ainda realizou visitas tranquilizadoras, para certificar se estava tudo bem.

Pelo menos quatro ocorrências foram registradas anteriormente. Em novembro, ele chegou a ser preso após usar a pistola ponto 40 de serviço para ameaçar a ex-mulher. Em fevereiro, houve nova ameaça, mas conseguiu fugir. No mês seguinte, a vítima registrou boletim de agressão após ter sido puxada pelo braço em algum desentendimento relacionado à criança. Já no início deste mês, a vítima registrou BO de perturbação via telefone. O militar era morador de Santos Dumont e entrou na corporação em 2010, mas está lotado no município de Campestre, no Sul de Minas. Durante a coletiva de imprensa desta quinta, o major Santiago afirmou que a arma de serviço do suspeito foi recolhida depois que ele foi afastado das atividades por problemas psicológicos.

 

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