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Manifesto reúne assinaturas para impedir fechamento de ambulatório de saúde mental

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Profissionais da saúde de Barbacena, município distante cerca de cem quilômetros de Juiz de Fora, estão colhendo assinaturas de forma on-line contra o fechamento do ambulatório de saúde mental infantil/adulto do Centro Hospitalar Psiquiátrico do município (CHPB). O hospital é gerido pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), que emitiu ordem de fechamento para o ambulatório. Até o momento, mais de duas mil assinaturas foram obtidas virtualmente, e os manifestantes se movimentam para conseguir mais apoio pela causa, antes que o fechamento ocorra de fato.

O ambulatório é responsável pelo atendimento gratuito de mais de 800 pessoas por mês, entre crianças, adolescentes, adultos e idosos, realizados por quatro médicos do CHPB. O espaço é o único que realiza atendimento de psiquiatria infantil na região de Barbacena pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entre as condições tratadas na unidade estão a depressão, a bipolaridade, o transtorno obsessivo-compulsivo, a esquizofrenia e a dependência de álcool.

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Nas últimas semanas, no entanto, os profissionais do ambulatório teriam recebido a ordem de fechamento por parte da coordenação estadual da Fhemig, sem justificativas, conforme os profissionais. “Foi um tapa na cara da sociedade de Barbacena, porque tomamos um susto. Eu estou perplexo até agora. É um crime sendo cometido contra a cidade de Barbacena”, critica o médico César Mello, coordenador do ambulatório de psiquiatria do CHPB. “O ambulatório contribui muito para a melhoria da assistência de saúde mental dos barbacenenses que dependem dele”, destaca.
Para tentar impedir o fechamento, os profissionais atuam em diversas frentes, buscando apoio. O manifesto on-line foi elaborado pelo grupo, e já obteve cerca de 2.500 assinaturas digitais até então. Em post no Facebook, que tinha quase 300 compartilhamentos até a tarde desta quarta-feira (12), César Mello também tenta angariar apoio. O grupo busca ainda publicizar a situação por meio das mídias locais e regionais, além de ter garantido o apoio do Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e Zona da Mata. “Nós teremos uma audiência no Ministério Público para bloquear esse processo (de fechamento). A situação está bem difícil, porque milhares de pessoas serão prejudicadas se o ambulatório fechar”, afirma Mello.

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Fhemig confirma mudança

Questionada pela Tribuna, a Fhemig confirmou, por meio da assessoria de comunicação, que “redirecionou” os serviços ambulatoriais do CHPB para os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de cinco municípios: Barbacena, Piranga, Ouro Branco, Congonhas e Conselheiro Lafaiete. Segundo a Fundação, após discussões com as diretorias dos hospitais psiquiátricos da Rede Fhemig, “foi identificado que a região possui estrutura para o atendimento de saúde mental para adultos, crianças e adolescentes capazes de prover todo o cuidado a nível ambulatorial. Ressalta-se ainda que essas unidades recebem habilitação federal para prestar esse cuidado, assim como recursos para o custeio, e possuem planejamento uniformizado de funcionamento, incluindo plantões noturnos nos finais de semana”, afirma a Fhemig.

Conforme a Fundação, com o “redirecionamento”, o CHPB poderá atuar em áreas demandadas e pouco cobertas, como a reabilitação de pacientes crônicos ou vítimas de trauma. “Lembrando que a unidade permanecerá como referência no acolhimento de urgência de pacientes da saúde mental”, afirma. Mesmo sendo questionada, a Fhemig não informou prazo para a realização das adequações e consequente fechamento do ambulatório.

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