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Prefeituras da região endurecem regras e buscam união contra Covid-19

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prefeitos da regiao by assessoria cmjf
Nesta terça, prefeitos se reuniram na sede da PJF para discutir a situação. Houve entendimento para a construção de um documento com reivindicações, como apoio para ampliar leitos de UTI e vacinação (Foto: Assessoria CMJF)
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O atual momento da pandemia acendeu o sinal de alerta em toda a região desde o último domingo (7), quando a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT),anunciou a migração da cidade para a faixa roxa do programa Juiz de Fora pela Vida ante a escassez de oferta de leitos de unidade de terapia intensiva para o enfrentamento à Covid-19. De lá para cá, já ocorreram diversas discussões sobre a necessidade de uma ação integrada entre todos os municípios da Macrorregião de Saúde Sudeste, polarizada exatamente por Juiz de Fora, que pode até ser reclassificada pelo Governo estadual para a onda roxa do programa Minas Consciente, o que resultaria em medidas mais restritivas e padronizadas nas cidades que formam o núcleo regional. A reboque das discussões, algumas prefeituras já adotaram regramentos mais rígidos entre segunda e terça desta semana.

Nesta terça, prefeitos que integram a Associação dos Municípios Microrregião Vale Paraibuna se reuniram, na sede da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), para discutir a situação. Durante a reunião, foram firmados entendimentos entre as autoridades regionais para a construção de um documento com reivindicações, dentre as quais o apoio para a ampliação do número de leitos de UTI e da campanha de vacinação na região. As demandas serão encaminhadas para o Governo de Minas Gerais e para o Governo federal. “Precisamos nos unir, articulando recursos políticos para a Zona da Mata”, afirmou a prefeita Margarida Salomão.

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O pedido de unidade regional também foi defendido pela secretária de Saúde da PJF, Ana Pimentel. “Este momento é o mais diferenciado e delicado que já vivemos, e a doença não é mais tão previsível. O aumento do número de casos é acompanhado de uma maior permanência dos adoecidos em leitos.” Presidente da Ampar e prefeito de Ewbank da Câmara, José Maria Novato (Cidadania) afirmou que houve entendimento de todos sobre o reforço das ações de conscientização da população, inclusive, sobre as dificuldades vividas pelo sistema de saúde de Juiz de Fora. “Isso foi o mais falado e mais conversado entre os prefeitos. Vamos manter essa orientação junto à população. Há uma preocupação de não deixar que o número de casos cresça em nossas cidades, pois dependemos de Juiz de Fora.”

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Após o encontro, o prefeito de Pequeri, Glauco Braga Fávero (DEM), afirmou que irá montar um comitê especial para discutir a situação da pandemia em seu município. “Na nossa cidade, a situação está tranquila. Só temos um caso que está finalizando o acompanhamento para sair do boletim. As pessoas vêm respeitando as regras. Por mim, nossa cidade não pararia neste momento”, diz, apontando as possíveis consequências econômicas de um fechamento. Contudo, Glauco afirmou compreender a preocupação da prefeita de Juiz de Fora e os possíveis efeitos em toda a região de um colapso no sistema de saúde.

Estado estuda adoção de onda roxa e medidas únicas para JF e entorno

Na última segunda-feira, prefeitos da Microrregião de Saúde Sudeste se reuniram com representantes do Ministério Público de Minas Gerais e com o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, para discutir a situação regional da crise sanitária. Segundo o prefeito de São João Nepomuceno, Ernandes José Silva (PSB), a possibilidade de o Estado classificar a região na onda roxa do programa Minas Consciente chegou a ser aventada. Tal possibilidade também foi confirmada à reportagem pelos prefeitos de Pequeri e Ewbank da Câmara.

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Inicialmente, a Superintendência Regional de Saúde chegou a informar à reportagem que se pronunciaria sobre uma possível migração das microrregiões para a onda roxa após reunião que aconteceria nesta terça, mas a discussão acabou postergada e pode ocorrer nesta quarta.

A onda roxa foi criada pelo Governo de Minas na última quarta-feira, com a previsão da adoção de uma faixa com regras mais rígidas para a circulação de pessoas e o funcionamento de atividades econômicas em situação de agravamento dos indicadores da pandemia. A onda roxa não é opcional, mas compulsória para todos os municípios da região classificada nesta segmentação.

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Assim, caso a Macrorregião Sudeste seja inserida na onda roxa, suas prerrogativas também valerão para Juiz de Fora, que está fora do Minas Consciente desde a última semana de janeiro. A cidade, no entanto, já vive regras rígidas de fechamento e está na faixa roxa do programa Juiz de Fora pela Vida, que permite apenas o funcionamento de atividades essenciais e, inicialmente, tem validade até o fim da semana.

Lima Duarte, Santa Rita de Jacutinga e Santos Dumont impõem regras mais rígidas

Em Lima Duarte, a prefeitura local publicou um novo decreto que define protocolos sanitários específicos para o funcionamento das atividades no município e estabelece medidas restritivas. Assim, o comércio essencial e não essencial passa a funcionar de 7h até às 20h apenas para delivery ou retirada na porta. “Portanto, fica proibida a entrada de consumidores no espaço interno de lojas, lanchonetes, bares e similares, com exceção dos supermercados”, diz o Município.

Atividades diversas como as de academias, salões de festas e eventos, quadras e clubes poliesportivos, campos de futebol públicos e privados e esportes realizados em autódromos e similares ficam proibidas pelo período de sete dias, devido ao alto risco de aglomeração e, consequentemente, infecção presente nestes espaços.

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Da mesma forma, a Prefeitura de Santa Rita de Jacutinga editou um decreto que proíbe a circulação de pessoas e veículos nas vias públicas entre 20h e 5h; além de proibir o funcionamento de escritórios de contabilidade, advocacia e similares; clubes recreativos e de serviços; casas de festas e eventos; academias, atividades físicas e centros de práticas esportivas, bem como estúdios de pilates e fisioterapia; shows artísticos e musicais; e de cultos e demais manifestações religiosas com a presença de público. Outras atividades ainda estão vedadas, tais como o funcionamento de correspondentes bancários, como lotéricas, bancos postais e similares.

“Ficam excetuados da suspensão de funcionamento farmácias, supermercados, padarias, açougues, hortifrútis, restaurantes, lanchonetes, Correios, postos de combustíveis, materiais de construção e outros comércios de natureza essencial”, diz o decreto.

Outra prefeitura da região a adotar medidas ainda mais restritivas esta semana foi a de Santos Dumont, que editou um novo decreto. O texto prevê redução no horário de funcionamento de bares e restaurantes, agora de 11h às 15h e de 18h às 20h, de segunda-feira a domingo. Para além destes horários, estes estabelecimentos podem seguir trabalhando no sistema delivery. Também ficará limitada a circulação de pessoas no calçadão da Rua Antônio Ladeira, de segunda-feira a domingo, no horário de 20h às 5h, que passará a contar com gradeamento temporário.

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Doze pacientes com Covid-19 foram transferidos de JF para outra cidade entre 1º e 8 de março

O momento delicado de Juiz de Fora em meio à pandemia, inclusive, resultou na transferência de 12 pacientes da cidade, internados por conta da Covid-19, para outros municípios da Zona da Mata e do Campos das Vertentes. Os números foram confirmados pela Secretaria Municipal da Saúde, com base em dados relativos ao período que vai de 1º a 8 de março.

A cidade que recebeu mais pacientes oriundos de Juiz de Fora foi Santos Dumont, destino final de três das 12 transferências. Leopoldina, Rio Pomba e Ubá receberam dois pacientes cada. A lista de cidades tem ainda Cataguases, São João del Rei e Muriaé, para onde foram encaminhadas três pessoas hospitalizadas por conta da Covid-19.

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