Com o objetivo de chamar a atenção das autoridades sobre as péssimas condições de tráfego da BR-267, será realizada, nesta quarta-feira (11), uma manifestação com a participação de populares e representantes das prefeituras de nove municípios da região, afetados, diariamente, pelos buracos ao longo da via. A concentração para o movimento, que se pretende pacífico, está marcada para as 7h30, no km 68 da rodovia. A previsão é de que o protesto se inicie às 8h e termine por volta das 10h.
De acordo com Mônica Loureiro Muller Pessoa, secretaria executiva do Consórcio Intermunicipal de Especialidades (Ciesp), a situação na estrada é considerada gravíssima. “Estamos levando mais que o dobro de tempo para o deslocamento de pacientes. Em um caso de urgência isso se torna mais grave ainda”, ressalta, lembrando que o consórcio, que funciona como instrumento no desenvolvimento de formas articuladas de gestão, planejamento e execução de ações e serviços de saúde, tem o município de Juiz de Fora como referência para transporte de pacientes para atendimentos de consultas e exames. “Nossos ônibus e carros dos serviços de saúde estão quebrando todos os dias. Tem vez que furam três pneus de uma ambulância em uma única noite”, enfatiza.
Mônica acrescenta que os problemas enfrentados na estrada também afetam a área da educação. “Há uma turma grande de estudantes, que trabalha durante o dia, termina a jornada de trabalho e se desloca para Juiz de Fora para a faculdade. Como o tempo de deslocamento está maior, os alunos estão chegando atrasados, perdendo aulas e provas e tendo problemas para entrarem nas instituições devido aos atrasos, pois o tempo de deslocamento aumentou 50%. E pode ser maior porque depende da localização dos municípios do entorno que estão sendo atingidos”, destaca Mônica.
Para a manifestação, foram convidados os prefeitos de todas as cidades que compõem o Ciesp, mas, conforme Mônica, em razão de suas agendas, nem todos confirmaram a presença. “Mas teremos representantes de todos esses municípios. Os deputados da região foram convidados, mas não recebemos confirmação de presença também em razão das agendas”, disse, completando: “O objetivo dessa ação é não tirar muitas pessoas do trabalho e fazer um movimento na estrada com a população, para chamar a atenção, fazendo o governo nos ouvir e entender o que está acontecendo. Por trabalharmos na área de saúde, nossa preocupação é manter todos os serviços funcionando e com os pacientes assistidos, mas queremos movimentar para sermos ouvidos”, conclui.
Decreto de emergência
Os deputados federais Charlles Evangelista (PSL), Júlio Delgado (PSB) e Margarida Salomão (PT) pleiteiam, junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a publicação de um decreto de emergência a fim de realizar obras na BR-267 com dispensa de licitação, sobretudo no segmento entre Juiz de Fora e Maripá. Na última segunda-feira (9), no evento “Café Parlamentar”, realizado pela Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora (ACE/JF), os políticos manifestaram preocupação com as condições da rodovia, uma vez que, por meio de emenda impositiva, a bancada mineira na Câmara dos Deputados destinou cerca de R$ 10 milhões para manutenção da rodovia.
Em matéria publicada pela Tribuna nesta segunda (9), o Dnit informou que, no trecho localizado entre Juiz de Fora e Bicas, houve problemas de desempenho da empresa contratada, o que afetou a manutenção da via. Segundo o órgão, o processo de licitação já está em andamento e uma nova empresa será contratada. “A empresa foi acionada pelo DNIT e vai devolver a trafegabilidade ao trecho”, afirmou o Dnit, em nota.
A precariedade do asfalto do trecho da BR-267 entre Juiz de Fora e Bicas não é recente. Em novembro do ano passado, a Tribuna percorreu os cerca de 30 quilômetros que dividem as duas cidades e contabilizou 315 depressões ao longo da via. A média era de, pelo menos, dez aberturas nas pistas a cada quilômetro. Além de causar prejuízos diretos, como pneus furados, rodas e suspensões danificadas, a situação aumenta o risco de acidentes, já que os motoristas chegam a invadir a contramão para desviar das cavidades dos mais diversos tamanhos e profundidades.