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Ministério Público é acionado para investigar causas de surto de diarreia

guarani ciceia almeida
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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) foi acionado para investigar a possível relação entre a falta de tratamento da água fornecida à população e os surtos de diarreia ocorridos em julho, setembro e dezembro do ano passado em Guarani. Com base em denúncias divulgadas pela Tribuna no início deste ano, a Promotoria de Justiça do município, localizado a cerca de 70 quilômetros de Juiz de Fora, foi acionada.

A denúncia questiona a Prefeitura de Guarani e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saeg) sobre a “duvidosa qualidade da água fornecida à população e as suas possíveis consequências nocivas à saúde da população do local.” O questionamento surgiu após relatos de moradores e visitantes que tiveram episódios de mal-estar próximo ao Ano-Novo. Na ocasião, a população suspeitava que os casos teriam relação com a qualidade da água, pois não há tratamento do recurso.

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Na última semana, o jornal publicou reportagem sobre relatório da Gerência Regional de Saúde de Ubá (GRS-Ubá), que aponta a presença de coliformes totais e fecais em diversas amostras de água colhidas na cidade ao longo de 2016 e 2017. Somente em dezembro, segundo a GRS-Ubá, 40 pessoas relataram episódios de diarreia e precisaram de atendimento médico. A reportagem também foi anexada ao processo.

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A Tribuna tentou entrar em contato com a Promotoria de Guarani nesta sexta-feira (9), mas foi informada de que a responsável não poderia falar sobre o caso. Por meio de acompanhamento eletrônico disponibilizado no site do MPMG, a Tribuna constatou que o processo corre em sigilo.
Reunião para “esclarecer ações realizadas”

Na última quinta-feira (8), após a divulgação do relatório da Gerência Regional de Saúde de Ubá, cedido à Tribuna, a Prefeitura de Guarani publicou texto oficial em seu site. Segundo a publicação, o prefeito Paulo Neves se reuniu com representantes da Câmara Municipal, da Secretaria de Saúde e do Serviço de Água e Esgoto (Saeg), “para esclarecer a possibilidade de o surto de virose ocorrido na cidade ter relação com a qualidade da água oferecida para consumo da população.”

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Conforme a publicação, o laboratório Analog Consultoria e Serviços, de Viçosa, teria sido contratado no início do ano para investigar essa possibilidade. A empresa já teria coletado as amostras de água e solicitou prazo de 15 dias para entregar os relatórios conclusivos. Ainda segundo o texto, já teria sido realizado tratamento dos poços que abastecem o Bairro Nova Guarani. A maioria dos registros de mal-estar teria ocorrido nesta localidade. A expectativa é de que os outros poços recebam tratamento em breve.

Outro encontro, desta vez com todos os vereadores, estava marcado para ocorrer nesta sexta (9). O objetivo era esclarecer “todas as ações realizadas e debater sugestões que ajudem na melhoria das condições de vida da população de Guarani”. Novamente, a Tribuna entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura, que já havia sido procurada no dia anterior, mas as ligações telefônicas não foram atendidas.

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Histórico
As suspeitas sobre a relação entre a falta de tratamento da água e as infecções relatadas pela população vêm sendo levantadas pela comunidade desde meados de 2017. Em setembro do mesmo ano, quatro vereadores de oposição à atual Administração questionaram a Prefeitura acerca da qualidade da água durante audiência pública. Na ocasião, a empresa responsável pela água do município, o Saeg, apresentou um laudo datado de 2014, em que não foram verificadas amostras contaminadas. Depois disso, no Ano-Novo, novos episódios de mal-estar foram apontados pela população.

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